Em entrevista, Marcelo Ramos endossou a fala de Mourão, criticou Bolsonaro e diz que está se preparando para encaminhar o pedido de impeachment
por Sara Goldschmidt em 04/08/21 11:28
O deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), vice-presidente da Câmara, conversou com a jornalista Gabriela Lisbôa no programa ‘Café do MyNews‘ desta sexta-feira (23), e reiterou sua posição em relação à ameaça dos militares contra a democracia. Para ele, “quem decide se, quando e como tem eleição, não são os militares, é a Constituição Federal”.
A declaração de Ramos se pautou pela notícia de que o ministro da Defesa, general Braga Netto, teria condicionado a realização das eleições de 2022 à aprovação do voto impresso pelo Congresso. Segundo o deputado, “é bom que tenha acontecido a esta altura do campeonato, para que o general Braga Netto ouça o que disse o general Mourão: o Brasil não é uma república de bananas, o Brasil não vai entrar numa aventura fora da democracia.”
O parlamentar também afirmou que a tendência é que a PEC do voto impresso não seja aprovada na Câmara, e ressaltou que é “absolutamente contra” essa mudança nas eleições.
Sobre o presidente Jair Bolsonaro, Marcelo Ramos manteve o tom das críticas que vem fazendo desde que foi acusado pelo chefe do Executivo de ser o responsável pela “casca de banana” de R$ 5,7 bilhões do fundo eleitoral na Lei de Diretrizes Orçamentárias. “Ele não sabe governar. E ele é bem destemperado, então ele precisa a todo momento criar essas crises pra tentar justificar ele estar sentado na cadeira de presidente”, contextualizou.
Ao ser questionado sobre porque resolveu analisar o superpedido de impeachment contra o presidente somente após ter sido responsabilizado por ele pela aprovação do fundo eleitoral, o deputado justificou que “a partir daquele episódio foi ficando claro que chegou a hora de estabelecer um limite ao presidente Jair Bolsonaro”.
E acrescentou: “Ele [Jair Bolsonaro] não tem respeito pelas instituições. Efetivamente a Câmara, o Senado, o STF, precisam riscar uma linha na esplanada pra que ele saiba que dali não pode passar. Então o objetivo foi esse: foi ele entender que ele não vai avançar sobre o parlamento brasileiro”.
Mas para dar prosseguimento ao impeachment, o vice-presidente da Câmara tem se calçado de subsídios legais: “A minha dúvida jurídica e política – e eu faço essa análise com muita serenidade -, é se cabe, na interinidade, decidir sobre o pedido de impeachment. Eu quero tá preparado pra isso, se isso acontecer. Por isso tô lendo, tô consultando os juristas, tô consultando pessoas, tô consultando líderes partidários”, finaliza.
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