Vice-presidente da Câmara foi alvo de ataques de Bolsonaro e disse que presidente foge da responsabilidade
por Hermínio Bernardo em 19/07/21 20:33
O vice-presidente da Câmara, o deputado Marcelo Ramos (PL/AM), pediu acesso aos pedidos de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Ele apresentou um requerimento ao presidente da Casa, Arthur Lira, para ter acesso a todos os 127 pedidos de impeachment que já foram protocolados contra o presidente.
A abertura do processo de impeachment é uma prerrogativa do presidente da Câmara. Na ausência de Lira, é Marcelo Ramos quem assume.
Segundo o deputado, ele quer ler e entender a fundamentação dos pedidos e ver se existem indícios juridicamente consistentes para o impeachment. Perguntado se ele abriria um processo de impeachment se estivesse exercendo a presidência da Câmara, Ramos disse que é preciso analisar se politicamente cabe decidir isso no exercício provisório da presidência.
A solicitação de Ramos vem no momento em que ele está num confronto público com Bolsonaro, após a aprovação da LDO – a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Na proposta, deputados e senadores incluíram um aumento do fundo eleitoral, verba destinada aos partidos para a campanha eleitoral de acordo com o tamanho da bancada da legenda. O valor foi de R$ 2 bilhões em 2020. Para ano que vem, a LDO prevê quase três vezes mais, perto de R$ 6 bilhões.
O aumento teve o apoio dos parlamentares da base do governo e agora depende do presidente Bolsonaro sancionar ou vetar o texto.
O presidente culpou o deputado Marcelo Ramos pelo aumento. Neste domingo (18), Bolsonaro disse que Ramos atropelou o regimento durante a votação e falou que esse ponto do fundo eleitoral é uma “casca de banana”.
“Então num projeto enorme, alguém botou lá dentro essa casca de banana, essa jabuticaba. Agora o Parlamento descobriu, tentou, foi tentado destacar pra que a votação fosse nominal para essa questão e o presidente Marcelo Ramos, do Amazonas – pelo amor de Deus o estado do Amazonas ter um parlamentar como esse – ele atropelou, ignorou, passou por cima e não botou em votação o destaque”, disse o presidente.
Apesar disso, o presidente não disse se vai sancionar ou vetar este ponto da LDO. Ele falou que vai “dar um bom final para isso”.
O deputado Marcelo Ramos rebateu e disse que Bolsonaro não assume suas responsabilidades e quer defender os filhos que votaram a favor desse fundo eleitoral.
“Temos um presidente que não se dá ao respeito. Não respeita a grandeza do cargo. O Brasil precisa de uma mensagem de esperança, de combate a roubo em vacina, de retomada da economia e do emprego, de ajuda para os que têm fome. Mas ele prefere o ódio e a baixaria. É uma vergonha!”, escreveu Ramos numa rede social.
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