Ministro do Meio Ambiente pode terminar atrás das grades, acredita o secretário-executivo do Observatório do Clima
por Luciana Tortorello em 19/05/21 17:12
A Amazônia ganhou um dia de folga com a operação Akuanduba, da Polícia Federal. Essa é a avaliação de Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. Em entrevista ao MyNews, Astrini comenta a operação que quebrou os sigilos bancário e fiscal de Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente.
O membro do Observatório do Clima explica que a operação Akuanduba tem como objetivo encontrar provas de uma possível “advocacia administrativa” dentro do Ministério do Meio Ambiente. Ou seja, o objetivo é descobrir se agentes públicos estão usando seus poderes para privilegiar interesses particulares, nesse caso, interesses privados de madeireiras que, por exemplo, tiveram lotes de madeira apreendidos e legalmente liberados.
“Esse cenário todo sempre traz prejuízo para o Brasil. As árvores da Amazônia, com essa ação da Polícia Federal, talvez tiveram um dia de folga, porque desde que esse governo começou, lá em janeiro 2019, todos os atos do governo Bolsonaro e do Ministro do Meio Ambiente foram contra a floresta e a favor do crime ambiental”, diz Astrini.
O secretário-executivo do Observatório do Clima destaca que estamos entrando na época seca na Amazônia, período de maior incidência de crimes ambientais, já que as condições climáticas estão mais favoráveis às queimadas.
“Nesse momento, nós temos um Governo Federal que não está preocupado em nada com isso, ele está preocupado em ver se o Ministro do Meio Ambiente termina o dia fora da cadeia. Essa é a situação do meio ambiente no Brasil, se alguém quiser saber o que está acontecendo na área ambiental, vai precisar procurar nas páginas policiais e vai ter que checar antes, pra ver se o Ministro do Meio Ambiente não está sendo levado numa coercitiva pra depor ou se está virando réu no Supremo”, avalia Astrini.
O integrante Observatório do Clima acredita que operação Akuanduba pode resultar na prisão de Salles. “Não é uma ação qualquer, existem 18 pessoas dentro do Ministério do Meio Ambiente que são citados e há inclusive pedido de quebra de sigilo fiscal e telefônico e de busca e apreensão de computadores e outros documentos que possam servir como prova de que aquele crime que a PF denunciou, ocorre mesmo. A chance de se ter muito mais material comprovando esse crime investigado pela policia é enorme, portanto o ministro corre risco não só de perder o cargo, mas perder a liberdade”, argumenta Astrini.
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