Manifestações multipartidárias contra o governo Bolsonaro devem acontecer em 3 de outubro e em 15 de novembro
por Juliana Cavalcanti em 08/09/21 22:45
Os partidos que compõem a oposição ao governo Jair Bolsonaro (sem partido) organizarão dois atos unificados, nos meses de outubro e novembro, para protestar contra o governo Bolsonaro e as recorrentes ameaças de golpe que têm sido realizadas pelo presidente e por seus simpatizantes. PT, PSB, PSol, PDT, PCdoB e Rede irão convidar o MDB, o PSD, o PSDB e o DEM para se juntarem a duas manifestações. A primeira deve ser realizada em 3 de outubro, em referência à promulgação da Constituição de 1988 (5 de outubro), e o segundo será em 15 de novembro – quando se comemora a Proclamação da República.
“É preciso impedir o sequestro das datas e dos símbolos nacionais que os bolsonaristas estão empreendendo. Os bolsonaristas sequestraram o dia da Independência do Brasil”, afirmou o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), em entrevista ao Quarta Chamada, no Canal MyNews. Molon lembrou que no próximo dia 12 de setembro está marcada uma manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), também contra o governo Bolsonaro.
Apesar de reconhecer que não há tempo hábil para articular a participação dos movimentos de esquerda para o ato do dia 12 – haja vista existirem divergências políticas com o MBL, que foi um dos maiores apoiadores do golpe contra a presidente Dilma Rousseff (PT), que culminou com o impeachment, em 31 de agosto de 2016 – Molon acredita na possibilidade de construir atos que reúnam todos os partidos e militantes contra o governo Bolsonaro, em datas futuras.
“Bolsonaro é o senhor do caos. Ele aposta no caos e no confronto. É preciso lembrar que pesquisas apontam que para cada brasileiro que apoia o governo, existem dois que são contra. Dá pra construir para outubro um anto que unifique todo mundo, porque vai dar conforto a todos [os grupos para participarem] já na convocação”, analisou o deputado federal.
Para Alessandro Molon o pronunciamento do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) sobre as ações e discursos de Bolsonaro no dia 7 de setembro foi muito “aquém do necessário”. “Era preciso que a Casa dissesse que basta dessa escalada autoritária. Afinal de contas, as ameaças foram feitas na frente do Congresso Nacional, para tentar intimidar o Judiciário e anunciar um golpe. Hoje era um dia para o presidente da Câmara ter dito ‘Basta! Não assistiremos inertes essa escalada’”, apontou o deputado, acrescentando que, acima de todos o partidos, na condição de presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira representa toda a Casa.
Molon também discordou da afirmação de Arthur Lira, quando afirmou que “uma democracia vibrante se faz com atos como os de ontem”. “Defender o fechamento do STF não é uma defesa válida na democracia. [o presidente da República] Não pode fazer o que fez. A pauta de quem defende o fechamento do Congresso Nacional é inaceitável. O congresso precisa ser um problema para quem quer dar um golpe”, finalizou.
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