Na CPI da Pandemia, ex-ministro afirma “nunca ter fechado a porta” para farmacêutica; presidente do colegiado defende acareação
por Thales Schmidt em 19/05/21 12:18
O general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello afirmou nesta quarta-feira (19) que nunca deixou de negociar com a Pfizer para comprar vacinas e que tem documentos para comprovar sua afirmação. A versão do ex-membro do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) contraria os relatos do presidente da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, e o ex-secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten, na mesma CPI da Pandemia.
“As respostas [para a Pfizer] foram respondidas inúmeras vezes na negociação, nós nunca fechamos a porta”, afirmou Pazuello.
O ex-ministro também afirmou que o Tribunal de Contas da União (TCU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) recomendaram que o Ministério da Saúde não fechasse negócio com a Pfizer por conta de cláusulas da venda de imunizantes. Pazuello afirma ter documentos que comprovam suas afirmações e prometeu encaminhá-los à CPI. O general também pontuou que achou “muito estranho” as cláusulas contratuais da Pfizer e que discussões sobre as vacinas da farmacêutica “consumiram setembro e outubro [de 2020]”.
O general, que ressaltou ter “a segunda mais alta patente do Exército”, afirmou ao relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) que ele deveria saber que ministros não recebem empresas e que a negociação é responsabilidade da parte administrativa do corpo burocrático.
Pazuello também afirmou que está na CPI para “responder todas as perguntas” e que não gostaria de receber “perguntas com respostas simplórias”.
“Nossa excelência não vai dizer pra gente o que vamos perguntar ou não”, disse o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM). “Quando a gente fala muito e não consegue explicar nada, fica difícil pra gente ficar ouvindo”.
Aziz também afirmou que pode ser realizada uma acareação entre Pazuello e a Pfizer para esclarecer as versões conflitantes sobre a compra de vacinas da farmacêutica.
Pazuello ressaltou que todas as decisões que tomou enquanto Ministro da Saúde são de sua responsabilidade e não de Bolsonaro e que “não havia desconvergência nenhuma” entre suas posições e as do presidente da República.
O ex-ministro também afirmou que convidou o empresário Carlos Wizard para trabalhar no Ministério da Saúde e que Wizard colaborou na área por cerca de um mês. Todavia, a colaboração foi descontinuada por burocracias empresariais de Wizard, disse Pazuello.
Pazuello reconheceu que conversou “muito superficialmente” com o deputado Osmar Terra (MDB-RS) sobre a tese da imunidade de rebanho, que acredita que a imunidade contra a covid-19 pode chegar por meio do contágio em massa, e portanto da morte, e não por meio de vacinas. O general disse que o tema da imunidade de rebanho não foi tratado com Bolsonaro.
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