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Pernambuco cita “cenário epidemiológico” e recusa Copa América

Competição estava sem sede após Colômbia e Argentina rejeitarem os jogos; Brasil é a nova sede

por Vitor Hugo Gonçalves em 31/05/21 16:08

Após sinal verde do governo brasileiro, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou nesta segunda-feira (31) que o Brasil é a nova sede da Copa América. Todavia, o governo de Pernambuco já emitiu nota em que afirma que o “atual cenário” da pandemia de covid-19 não permite a realização do campeonato.

“O Governo de Pernambuco monitora, de forma permanente, por meio do Gabinete de Enfrentamento à Covid-19, os indicadores da doença no Estado. Nas últimas semanas, foi identificada uma nova aceleração dos casos, que motivou novas medidas restritivas no Agreste e na Região Metropolitana. Apesar de ainda não ter sido procurado oficialmente pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o Governo do Estado reforça que o atual cenário epidemiológico não permite a realização de evento do porte da Copa América no território de Pernambuco”, afirma o governo de Paulo Câmara (PSB) em nota.

A transferência repentina ocorreu sob o pretexto da instabilidade social colombiana e, principalmente, do agravamento da pandemia na Argentina. O ministro do Interior argentino, Wado de Pedro, disse no domingo (30) que organizar o campeonato seria “inviável”, sobretudo em Mendoza, Córdoba, Buenos Aires, Tucumán e Santa Fé. A Argentina tem cerca de 45 milhões de habitantes, e registrou, até o momento, mais de 3,6 milhões de casos e 76 mil mortes.

Para a concretização do acordo, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi consultado pela Conmebol nesta segunda. Em nota oficial, e Confederação agradeceu o “presidente Jair Bolsonaro e sua equipe, assim como à Confederação Brasileira de Futebol, por abrir as portas do país ao que hoje em dia é o evento esportivo mais seguro do mundo. A América do Sul brilhará no Brasil com todas suas estrelas!”.

Até o início da reunião, a possibilidade de o Brasil organizar o torneio era descartada tanto pela CBF quanto pela Conmebol. Contudo, no decorrer do encontro, mencionou-se que o país tem estádios de Copa do Mundo ociosos, como Mané Garrincha, Arena da Amazônia, Arena Pernambuco e Arena das Dunas.

No domingo, a Conmebol havia anunciado que outros países demonstraram interesse em receber a competição de seleções sul-americanas. Os governos do Equador e da Venezuela encaminharam propostas oficiais à entidade, enquanto o Chile se colocou como candidato informal.

A Conmebol estimava que, sem público e sem a participação dos convidados Austrália e Catar, o torneio daria um prejuízo de US$ 30 milhões – o campeão receberá US$ 10 milhões (cerca de R$ 53 milhões), além dos US$ 4 milhões (R$ 21 milhões) repassados à todas as equipes do torneio.

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