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Política

Recusa de vacinas

Pfizer enviou 43 e-mails para Saúde, que respondeu oito

E-mails enviados para a CPI da Pandemia contradizem versão de Pazuello, que afirmou ter havido “intensas negociações”

por Juliana Braga em 25/05/21 12:22

Troca de e-mails enviada à CPI da Pandemia contradizem a versão apresentada pelo ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello sobre compra da vacina da Pfizer. De acordo com o militar, houve “intensa negociação” entre o Ministério da Saúde e o laboratório. Troca de mensagens mostra, no entanto, que a Pfizer enviou 43 e-mails ao ministério, que respondeu somente oito. 

Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante seu depoimento na CPI da Covid.
Ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, durante seu depoimento na CPI da Covid. Foto: Edilson Rodrigues (Agência Senado).

As mensagens também revelam uma demora por parte do ministério em atender a um pedido de audiência feita pelos representantes da Pfizer. Foram feitos sete pedidos, sendo o primeiro ainda em 20 de maio de 2020. De acordo com os documentos protocolados na CPI, a primeira audiência só aconteceu em 22 de dezembro. A assinatura do contrato para a aquisição de 100 milhões de doses só aconteceu em março de 2021. 

As informações contradizem o general Eduardo Pazuello. Em depoimento à CPI no último dia 19, o ex-ministro da Saúde afirmou que nunca fechou as portas para o laboratório e que poderia provar, contrariando os relatos do presidente da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo, e o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten. “As respostas [para a Pfizer] foram respondidas inúmeras vezes na negociação, nós nunca fechamos a porta”, respondeu Pazuello na ocasião.

Carlos Murillo, em seu depoimento, já havia dito que as tentativas de contato por parte da empresa foram ignoradas pelo ministério. Ele relatou pelo menos três propostas de venda do imunizante e uma carta do CEO enviadas a diversos representantes do governo federal, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, que ficaram sem respostas.

Já o ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten, entregou a carta que teria sido enviada em setembro a Bolsonaro. Ele relatou ter tomado conhecimento do episódio em 9 de novembro de 2020 e ter se reunido com integrantes da companhia no dia 17 do mesmo mês.

De acordo com Carlos Murillo, a empresa ofertou 70 milhões de doses no ano passado, com a possibilidade de entrega de 1,5 milhão de vacinas ainda em 2020. Caso as ofertas tivessem sido aceitas, cerca de 18 milhões de doses já poderia ter sido aplicadas além das que já serão no primeiro semestre.

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