Partido de Jair Bolsonaro correu para registrar a lista com o propósito também de constranger os signatários, caso cedam à pressão do Planalto e retirem o apoio ao texto
O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou nesta segunda-feira urgência para tramitação do projeto de lei que prevê anistia para os condenados pelos ataques do 8 de janeiro. Eram necessárias 257 assinaturas, minimamente, mas a oposição conseguiu o apoio de 262, cinco a mais.
Deputados de partidos que integram a base do governo e comandam ministério na Esplanada – casos de PP, PSD, Republicanos, MDB e União Brasil -assinaram a urgência da proposta.
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A decisão de pautar ou não, porém, segue nas mãos do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que deu sinais ambíguos sobre sua posição a respeito do assunto. Ao mesmo tempo que declara não se tratar de uma prioridade do país, Motta tem conversado com outros poderes, como Executivo e Legislativo, para tentar uma saída de consenso.
Sóstenes correu em protocolar o requerimento da urgência com o propósito de constranger os signatários, já que há uma pressão do Palácio do Planalto para que os aliados desistam de apoiar o texto.
“Acabo de protocolar o requerimento de urgência do PL da Anistia com 264 assinaturas. Diante da pressão covarde do governo para retirada de apoios, antecipei a estratégia. Agora está registrado e público: ninguém será pego de surpresa”, postou Sóstenes nas suas redes.
O partido publicou ainda a relação dos deputados que não assinaram, numa evidente manobra de pressão.