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FALÁCIA?

Ricardo Cappelli rebate argumento de que Brasil tem ‘alto risco fiscal’: ‘Não existe isso’

Presidente da ABDI afirmou que agentes do mercado financeiro alegam essa preocupação para que os juros subam e eles ganhem mais dinheiro

por Sofia Pilagallo em 18/11/24 17:13

Ricardo Cappelli concede entrevista à jornalista Mara Luquet, CEO do MyNews | Foto: Reprodução YouTube/MyNews

O presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, rebateu o argumento do mercado financeiro de que há um “alto risco fiscal” no Brasil e que, por isso, os juros no país precisam ser altos. Em entrevista ao MyNews, nesta segunda-feira (18), ele afirmou que o Brasil tem uma relação dívida-PIB muito menor em comparação com países que aplicam taxas de juros inferiores às que são adotadas por aqui.

“Eu desafio qualquer economista a apresentar por que o risco [fiscal] no Brasil é tão alto. Não existe isso. Nós temos uma relação dívida-PIB muito menor em comparação com países que tem taxas de juros muito inferiores. O Brasil tem mais de R$ 370 bilhões em reservas. Que risco é esse?”, afirmou Cappelli.

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“[Esses argumentos] são profecias autorrealizáveis. Eles [os agentes do mercado financeiro] vão falando, vão especulando e, com isso, vão pressionando para que os juros subam e eles ganhem mais dinheiro”, acrescentou.

Para Cappelli, o “pessimismo” do mercado financeiro, que espalha o que ele chamou de “terror econômico”, destoa da situação econômica do Brasil, avaliada pelo presidente da ABDI como muito favorável. Ele ressalta que, em 2024, o PIB do país cresceu acima do esperado, aumentou a produção industrial e bateu taxas recordes de pessoas empregadas — no trimestre encerrado em setembro, o índice de desemprego ficou em 7,7%, o menor desde 2015.

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O mercado financeiro tem feito pressão para que o governo faça um corte de R$ 50 bilhões do orçamento para equilibrar as contas públicas. Alcançar essa meta é do interesse de todos, mas a discussão não é simples, porque é preciso saber da onde cortar. Na visão de Cappelli, o equilíbrio das contas públicas deve passar pela redução dos juros, e não pelo corte de recursos destinados aos mais pobres.

No domingo (17), o MyNews divulgou que, pela primeira vez na história, o Ministério da Fazenda deu transparência aos R$ 546 bilhões concedidos as empresas em benefícios fiscais. O valor que o mercado exige que seja cortado do orçamento — R$ 50 bilhões — corresponde a menos de 10% dos benefícios que os mais ricos recebem. Depois da divulgação dos dados inéditos, Cappelli se pronunciou sobre o assunto nas redes sociais.

“546 BILHÕES em benefícios fiscais para os mais ricos. O ‘mercado’ pede um corte de 50 BI. Tá fácil”, escreveu o presidente da ABDI no X (antigo Twitter). “É menos de 10% dos benefícios que os mais ricos recebem. Dá pra cortar fácil, ou melhor, tenho certeza que, comprometidos com o equilíbrio fiscal, eles mesmos irão se apresentar.”

Assista abaixo à entrevista com Ricardo Cappelli:

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