Deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agradeceu a Trump e a Rubio pelo anúncio
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moares determinar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) use tornozeleira eletrônica, o secretário de Estado do Estados Unidos (EUA), Marco Rubio, anunciou nesta sexta-feira, 18, a revogação do visto de entrada no país do magistrado, de “aliados” dele na Corte e de familiares próximos.
Rubio não detalhou quem além de Moraes teve o visto revogado, mas a medida deve atingir o procurador-geral da República, Paulo Gonet, e não deve afetar os ministros do Supremo que foram indicados por Bolsonaro: André Mendonça e Nunes Marques, além de Luiz Fux. Procurado, o STF ainda não se manifestou.
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O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) agradeceu a Trump e a Rubio pelo anúncio. “Eu não posso ver meu pai e agora tem autoridade brasileira que não poderá ver seus familiares nos EUA também – ou quem sabe até perderão seus vistos”, disse o deputado, que atualmente mora nos EUA.
Segundo o secretário, Trump deixou claro que tomarão medidas contra estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos EUA. Rubio disse que “a caça às bruxas política” de Moraes contra Bolsonaro “criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”.
Nesta sexta, o ministro determinou medidas cautelares ao ex-presidente. Ele deverá cumprir recolhimento domiciliar entre 19h e 6h de segunda a sexta-feira e em tempo integral nos fins de semana e feriados; ser monitorado com tornozeleira eletrônica; não poderá manter contato com embaixadores, autoridades estrangeiras e nem se aproximar de sedes de embaixadas e consulados.
A Polícia Federal apontou que Bolsonaro e o filho, Eduardo Bolsonaro, “vêm atuando, ao longo dos últimos meses, junto a autoridades governamentais dos Estados Unidos da América, com o intuito de obter a imposição de sanções contra agentes públicos do Estado Brasileiro”, em razão de suposta perseguição no âmbito da ação penal da tentativa de golpe.
Ao defender as medidas cautelares, a Procuradoria-Geral da República fala em “concreta possibilidade de fuga do réu e a manutenção de ações para obstruir o curso da ação penal”. “A situação descrita revela necessidade urgente e indeclinável, apta para justificar a imposição de novas medidas cautelares que possam assegurar a aplicação da lei penal e evitar a fuga do réu”, escreveu a procuradoria.