Livro trata de amor e ódio e está com 15% de desconto na livraria Dois Pontos para os membros do MyNews até o final de abril
por Myrian Clark em 23/04/23 16:56
Foto: MyNews
“O verão em que mamãe teve olhos verdes”, ganhou o prêmio Cálamo em 2019 e o Prêmio de Literatura da União Europeia. A história se passa num vilarejo francês com personagens sedutores fazendo uma espécie de “ginástica do sentimento”, numa família desestruturada. É um romance da maior ternura e com um grau de acidez surpreendente. À medida que você for avançando na obra ela irá te fisgar, prometo! Não só pelo conteúdo, mas também pela forma. Um livro que chacoalha mesmo, mexe com as nossas crenças, não termina na última página. A gente acaba e segue pensando sobre ele. Coisa que só as grandes obras literárias nos proporcionam.
Tatiana Tibuleac é da Moldávia, país do leste europeu. Um lugar que se destaca por ter o menor IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, do continente. É lindo ver como Tibuleac consegue fugir do lugar comum, fazer metáforas tão bem construídas. O tradutor da obra é Fernando Klabin e o lançamento é da editora Mundaréu, pela coleção Mundo Afora.
O livro começa com o filho, Aleksy, recém-saído de uma espécie de escola/reformatório, sendo recolhido pela mãe. Ela é uma mulher ausente na vida de Aleksy e o convida para passarem as férias juntos. “Naquela manhã em que a odiava mais do que nunca, mamãe completou trinta e nove anos. Era gorda, baixinha, burra e feia. Era a mãe mais imprestável que já havia existido. Observava-a pela vidraça da janela, parecia uma mendiga junto ao portão da escola. Eu a teria matado sem pensar duas vezes”, lembra o personagem principal. Isso é só o começo, daí pra frente, o livro só cresce!
Ao final do livro, eu estava questionando as minhas relações familiares, o quanto investimos de energia em bobagens, as projeções que fazemos sobre nossos ídolos e até mesmo as atitudes de jornalistas, psicanalistas, educadores, artistas, vizinhos… É uma trama que parte da relação entre uma mãe e um filho, mas revela inúmeras camadas.
O romance, escrito originalmente em romeno, tem frases curtas, flui, é quase cinematográfico. São setenta e sete capítulos que revelam a jornada de Aleksy que, por obrigação, torna-se o cuidador de sua mãe. Aleksy tem uma condição psicológica especial. É por isso que a obra começa na escola/reformatório onde ele está internado desde a infância. Muito impressionante a maneira como Tatiana consegue contar toda a história de vida com pequenos flashbacks e fazer isso com um texto poético.
O fio condutor é o olhar. Aleksy transforma a perspectiva do olhar materno. O romance mostra uma mãe sem apoio, enfrentando inúmeros problemas, que tenta mostrar que amou seu filho como pôde. Vale cada página. Certamente essa é uma autora sobre a qual ainda ouviremos falar muito.
Infos do clube do livro:
Às 18h30, terça-feira, dia 25/4, live no YouTube com Silvia Naschenveng, editora da Mundaréu. legal
Às 20h encontro com os leitores pelo Google Meet.
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