Governador esteve ao lado do prefeito Ricardo Nunes desde o início da campanha, mesmo quando foi aconselhado por Bolsonaro a se distanciar do emebedista
por Sofia Pilagallo em 23/10/24 14:17
Tarcísio de Freitas (Republicanos), Jair Bolsonaro (PL) e Ricardo Nunes (MDB) se reúnem em churrascaria no Morumbi, na segunda-feira (22) | Foto: Divulgação/Assessoria de imprensa do prefeito Ricardo Nunes
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o grande vencedor da eleição municipal na capital paulista, afirmou o jornalista Fernando Oda, repórter da TV Gazeta, durante participação no Segunda Chamada de segunda-feira (22). Tarcísio foi peça fundamental na candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, que aparece à frente em todas as pesquisas de intenção de voto em relação ao adversário Guilherme Boulos (PSOL).
Enquanto lideranças políticas da direita estavam divididas entre Nunes e Pablo Marçal (PRTB) no primeiro turno da eleição, Tarcísio nunca deixou de apoiar a candidatura do prefeito e esteve junto ao aliado desde o início da campanha, mesmo quando foi desaconselhado a selar essa aliança. No início de setembro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) orientou Tarcísio a se distanciar de Nunes por avaliar que o prefeito poderia sair derrotado da eleição. O governador, no entanto, decidiu se empenhar ainda mais na campanha do emebedista.
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“Tarcísio com certeza ganha muito capital político a partir dessa eleição”, afirmou o repórter Fernando Oda, acrescentando que Tarcísio sai vitorioso em relação à Bolsonaro na eleição em São Paulo. “Chegou a se ventilar essa questão de quem teria vencido entre Bolsonaro e Tarcísio. A especulação que se fazia era de que, se Marçal fosse para o segundo turno e Nunes não, Bolsonaro levaria. Mas como Nunes ganhou com uma margem de sobra, então a vitória foi para Tarcísio.”
Na segunda-feira, Nunes, Tarcísio e Bolsonaro almoçaram em uma churrascaria no Morumbi, bairro nobre de São Paulo, em evento que reuniu diversos aliados do prefeito, entre eles o próprio vice da chapa, coronel Mello Araújo; o deputado federal Baleia Rossi, presidente do MDB; e o ex-presidente Michel Temer (MDB). Na ocasião, Bolsonaro, declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030, afirmou que seria candidato à presidência nas eleições gerais de 2026.
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Tarcísio reiterou que Bolsonaro será o candidato da direita em 2026 e não respondeu se planeja disputar o cargo, alegando que é “monotemático” e que o “foco” dele neste momento era a eleição em São Paulo, no próximo domingo (27). Para o cientista político Rudá Ricci, que também participou do Segunda Chamada, o posicionamento é estratégico. Ao endossar a fala do ex-presidente, ele acredita que o governador usa de ironia e debocha do aliado.
“Ele [Tarcísio] humilhou o Bolsonaro. Em primeiro lugar, ninguém fala que vai ser candidato dois anos antes de uma eleição. Você nunca viu nenhum político experiente fazer isso. Nem Jânio Quadros [presidente do Brasil na década de 1960, conhecido por ter sido um político populista] fazia isso. É como se ele [Tarcísio] dissesse: ‘Tá bom, primeiro você tem que voltar a poder ser candidato pelo Judiciário. Em segundo lugar, você vai precisar de mim. Sozinho você não faz nada, nem comer em churrascaria no Morumbi.'”
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