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AVANTE SÃO PAULO

Copa do Brasil: São Paulo agora pode dizer que é “campeão de tudo”; o grande herói desta jornada foi a torcida

Mais do que do técnico, dos jogadores e da diretoria, esta foi uma vitória da torcida são-paulina

Em 25/09/23 14:43
por Balaio do Kotscho

Ricardo Kotscho, 75, paulistano e são-paulino, é jornalista desde 1964, tem duas filhas, 5 netos e 19 livros publicados. Já trabalhou em praticamente todos os principais veículos de mídia impressa e eletrônica. Foi Secretário de Imprensa e Divulgação da Presidência da República (2003-2004). Entre outras premiações, foi um dos cinco jornalistas brasileiros contemplados com o Troféu Especial de Direitos Humanos da ONU, em 2008, ano em que começou a publicar o blog Balaio do Kotscho, onde escreve sobre a cena política, esportes, cultura e histórias do cotidiano

Agora não falta mais nada na galeria de troféus do Morumbi. Com a conquista da Copa do Brasil no domingo, único clube brasileiro tricampeão mundial, tricampeão da Libertadores, tricampeão brasileiro consecutivo, aquele mesmo São Paulo, com a mesma equipe que vinha caindo pelas tabelas no início do ano, ressuscitou nas mãos de Dorival Jr., empurrado por sua fantástica torcida que nunca o abandonou. Somos agora, de fato, “campeões de tudo”, ninguém tira…

Mais do que do técnico, dos jogadores e da diretoria, esta foi uma vitória da torcida são-paulina, que bateu recorde sobrerecorde de renda e público a cada jogo, lotando as velhas arquibancadas no Morumbi, como se fosse o último.

E a grande festa na final da Copa do Brasil, com o empate o empate por 1 a 1 contra o Flamengo, teria sido completa, se não fosse a incompetência e a violência da Polícia Militar do governador bolsonarista Tarcísio de Freitas, que avançou sobre a torcida tricolor com a cavalaria, bombas e balas de borracha.

Em vez de cercar com antecedência a área em frente ao portão principal do estádio por onde deveria sair o ônibus dos visitantes, como em todos os jogos desde que o Morumbi foi inaugurado _ e eu estava lá, em 1960 _ a PM só chegou quando a imensa torcida em festa já tinha tomado toda a praça em frente ao estádio na comemoração do título inédito.

Sem aviso prévio, para “consertar” sua incúria, a PM resolveu partir para a ignorância e limpar a área na porrada, em que não faltaram nem as espadas empunhadas pelos garbosos cavaleiros, para dispersar a multidão. Por sorte, não morreu ninguém, mas muita gente ficou ferida.

Será que o comandante da tropa era algum flamenguista, como o carioca governador Tarcísio de Freitas, que resolveu se vingar contra os campeões? O ônibus do Flamengo partiu são e salvo levando na bagagem seus craques envergonhados após perder mais um título.

Foi a vitória da humildade e do trabalho contra a soberba e a arrogância dos flamenguistas, que dispensaram Dorival Jr, após as conquistas do ano passado pelo clube carioca. Preferiram contratar o histriônico andante Jorge Sampaoli,domador de feras imaginárias.

Tudo podia ser simbolizado no longo abraço entre Dorival e Muricy Ramalho, o discreto coordenador de futebol que tinha levado o São Paulo ao tricampeonato brasileiro, última grande conquista do clube antes do jogo de domingo.

Os dois bateram o pé e não deixaram a diretoria vender nenhum jogador na janela de transferência no meio do ano, o que permitiu ao São Paulo ir até a final com o mesmo time, ao contrário dos anos anteriores, em que vendia barato os jovens talentos de Cotia, antes mesmo de se firmarem no time principal e comprava jogadores gringos em fim de carreira.

O coroamento deste trabalho veio no gol de placa marcado por Rodrigo Nestor, mais um que veio das equipes de base formadas em Cotia, junto com Lucas, Beraldo, Diego Costa, Wellington, Pablo Maia e tantos outros.

Mesmo que não tivesse grandes craques e a técnica do milionário time de Sampaoli (o elenco tricolor, antes da conquista, só valia a metade daquele do Flamengo, mas agora está valorizado), a garra tricolor se sobrepôs nos dois jogos e, desta vez, o futebol fez justiça ao melhor.

Nem a PM conseguiu impedir a bela festa que entrou pela madrugada em várias cidades e estradas de São Paulo.

Paulistano e são-paulino é como costumo me apresentar, como se pode ver no perfil do blog.

Não, não sou um comentarista esportivo isento. Ninguém é, mas eu assumo com muito orgulho minha camisa tricolor.

Valeu, São Paulo Futebol Clube.

Vida que segue.

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