Bruno Cavalcanti

CONTRA A CULTURA

Grupo ligado a Bia Kicis se movimenta para manter veto de Bolsonaro à Lei Paulo Gustavo

Projeto de Lei previa o repasse de mais de R$ 3 bilhões ao setor cultural.

por bruno cavalcanti em 07/04/22 19:23

Deputada Federal por Brasília Bia Kicis (PL). Foto: Maryana Oliveira

Um grupo de deputados ligados à bancada comandada pela presidente da Comissão da Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) Bia Kicis (PL) se movimentou dentro do Congresso Nacional nesta quinta-feira (7) para manter o veto do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Projeto de Lei Complementar (PLP) 73/21. O PLP que visava o repasse de R$ 3,86 bilhões do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para fomento de atividades e produtos culturais em razão dos efeitos econômicos e sociais da pandemia de Covid-19.

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Batizado com o nome do ator, diretor e produtor Paulo Gustavo (1978-2021), o projeto de lei foi aprovado na Câmara e no Senado a despeito dos esforços do então Secretário da Cultura, Mário Frias, que declarava abertamente que o projeto deveria ser vetado. O lobby de Frias era, na verdade, um pedido do próprio presidente, que já planejava vetar o projeto de lei.

No veto publicado na quarta-feira (6), o presidente alegou que o projeto criava uma despesa sujeita ao teto de gastos sem apresentar “medidas compensatórias” para garantir o cumprimento do limite. Bolsonaro disse ainda que se trata de uma questão fiscal e que o setor já havia sido contemplado com recursos da Lei Aldir Blanc, entre 2020 e 2021, que repassou o total de R$ 3 bilhões para amenizar os efeitos da pandemia do Coronavírus no mercado cultural.

Teatro

Dercy por Fafy

Dez anos após dar vida à atriz, produtora, diretora e vedete Dercy Gonçalves (1907-2008) na minissérie Dercy de Verdade, de Maria Adelaide Amaral, Fafy Siqueira voltará a encarnar a artista – que saiu de cena há 14 anos, aos 101 anos de idade. Siqueira será a estrela de Eu Nasci para ser Dercy, peça escrita e dirigida por Kiko Rieser em que a atriz dará vida à Gonçalves numa nova dinâmica.

“Não se trata de uma biografia, mas de uma homenagem”, explica o autor. “Fazer a peça agora é um acerto de contas geral, o pagamento de uma dívida e um tributo prestimoso a essa grande brasileira que foi Dercy Gonçalves, que inaugurou uma nova forma de representar no teatro brasileiro e abriu portas para as mulheres serem cada vez mais independentes”, conceituou Rieser.

Fafy. Foto: João Miguel Jr (Divulgação)

Na obra, Siqueira dá vida a Fátima, uma atriz que participa de um teste para a seleção de elenco de um projeto sobre Dercy Gonçalves, e, frente ao texto cheio de palavrões sem nexo, se revolta e propõe uma explicação sobre a importância da figura da atriz, que se tornou folclórica ao longo das décadas por seu método próprio de trabalho, além da aparição em programas de auditório, como o SuperPop de Luciana Gimenez, já nos últimos anos de vida.

Com estreia prometida para o mês de julho, o espetáculo é o fechamento de um ciclo na vida de Siqueira, que deveria ter interpretado Gonçalves muito antes da série, no teatro. A artista estrelaria Dercy por Fafy, peça escrita pela mesma Maria Adelaide Amaral que assinou a série e a biografia da atriz, Dercy de Cabo a Rabo

A montagem seria dirigida por Marília Pêra (1943-2015) e arrancou declarações da própria Dercy, que considerou Siqueira a única atriz capaz de contar sua história nos palcos. Embora o projeto nunca tenha acontecido, Fafy viveu a personagem na série Dalva e Herivelto e retornou em Dercy de Verdade. Nasci para ser Dercy é o primeiro projeto teatral sobre a trajetória da artista.

36 anos de Chernobyl

No dia 26 de abril, terça-feira, o mundo relembra os 36 anos desde que o reator 4 na usina nuclear de Chernobyl explodiu, causando assim o maior desastre nuclear da história da humanidade. Como ação de lembrança, o Teatro da Aliança Francesa recebe, nos dias 26 e 27, o espetáculo Chernobyl, da dramaturga francesa Florence Valéro.

Imagem da peça Chernobyl. Foto: Guy Pichard (Divulgação)

Encenado no Brasil desde 2019, o espetáculo enfoca a trajetória de uma família deixando a cidade de Chernobyl em direção a Pripyat, para buscar asilo em outros países da Europa. Sob a direção de Bruno Perillo (indicado ao Prêmio APCA pelo trabalho), o espetáculo conta com elenco formado por Nicole Cordery, Carolina Haddad, Joana Dória e Manuella Afonso.

Após as sessões, elenco e produção batem um papo com a plateia e intermediam um debate com a autora (27) e com profissionais ligados ao estudo e a discussão do trabalho com energia atômica.

Casting

Broadway lá vou eu

A produtora paulistana Alegresse Produções anunciou a abertura das audições de seu primeiro espetáculo musical, Bring it On, espetáculo de Lin-Manuel Miranda, Tom Kitt e Amanda Green que chegou aos palcos da Broadway em 2012 enfocando o competitivo mundo das líderes de torcida.

O espetáculo ganhará sua primeira montagem brasileira uma década após abrir as cortinas em Nova York. As inscrições para a audição estão abertas até o dia 23 de abril por meio do e-mail oficial bringiton@allegresse.com.br. Para compor o elenco, os atores precisam ter idade aparente entre 15 e 23 anos.

O material pedido é composto por currículo, fotos e um vídeo cantando uma canção a escolha do candidato de aproximadamente um minuto e 30 segundos.

Jogo Rápido

– Filme que rendeu o primeiro Oscar da carreira de Jessica Chastain neste 2022, Os Olhos de Tammy Faye já está disponível no catálogo do Star Plus. Dirigido por Michael Showalter e estrelado por Chastain ao lado de Andrew Garfield, o filme narra a controvertida trajetória da apresentadora e cantora evangélica Tammy Faye Bakker (1942-2007).

As Poderosas Ferramentas de Gestão da Emoção para Relações Saudáveis é o título do novo livro do psicanalista Augusto Cury, que chega ao mercado via Dream Sellers. No livro, Cury reúne ensinamentos sobre como as pessoas podem construir relações inteligentes consigo mesmas e com os outros. Uma adaptação teatral da obra já pode ser prevista para o horizonte.

– Ficou para o ano que vem a montagem brasileira de Anything Goes, musical de Cole Porter (1891-1964), que chega ao Brasil sob a produção do Atelier de Cultura. Acontece que a produtora pretende estrear no Teatro Alfa, em São Paulo, no segundo semestre, mas o palco já está comprometido com a temporada de dança. Se nada mudar até lá, ficou para 2023.

– Ficou só na promessa a transmissão online que a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho faria com o registro de seu musical Company, a primeira montagem de uma obra de Stephen Sondheim (1930-2021) no Brasil. Os diretores haviam garantido que a obra seria disponibilizada no YouTube em 2021, mas o tempo foi passando, passando, passando e ninguém mais falou no assunto.

– Também não se falou mais no assunto da transmissão do show Primórdios, da cantora Marina Lima, no YouTube. O espetáculo foi um dos melhores de 2005 e rendeu um ótimo álbum em 2006. A cantora gravou um DVD, com a direção de Monique Gardenberg, no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, mas o projeto nunca viu a luz do dia. No canal oficial da cantora, sua equipe tem feito a transmissão de vários shows antigos: Todas (1985), Síssi na Sua (2000) e um espetáculo em Nova York (1991). Primórdios estava prometido, mas ficou na saudade.

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