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Economia

Taxa básica de juros

Brasil é o país com maior taxa de juros reais no mundo

Banco Central sinaliza que a última elevação da Selic foi a mais agressiva. No ranking de juros nominais, Brasil tem o terceiro maior índice do mundo

por Vitor Hugo Gonçalves em 03/02/22 21:13

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar a taxa Selic para 10,75% ao ano, o Brasil passou a ser, novamente, o país com a maior taxa de juros reais no mundo, segundo ranking compilado pela plataforma MoneYou.

Com o aumento de 1,5 ponto percentual na taxa básica, os juros reais (descontada a inflação) atingiram 6,41% ao ano. A taxa real é calculada com abatimento da inflação prevista para os próximos 12 meses, sendo considerada uma medida melhor para comparação com outros países.

Ranking dos juros reais

Ranking dos juros reais. Foto: Reprodução (MyNews)

No entanto, ao considerar os juros nominais (sem descontar a inflação), a taxa brasileira firmou-se na terceira posição. A classificação mundial para a categoria está atualmente composta por:

  1. Argentina – 40,00%
  2. Turquia – 14,00%
  3. Brasil – 10,50%
  4. Rússia – 8,50%
  5. México – 5,50%
  6. Chile – 5,50%
  7. Índia – 5,40%
  8. China – 4,35%
  9. África do Sul – 4,00%
  10. Colômbia – 4,00%

Redução do ritmo

Apesar do Banco Central ter consolidado a oitava alta consecutiva na Selic – aumentos considerados mais agressivos –, a instituição sinalizou uma redução no ritmo dos ajustes já na próxima reunião, que será realizada em março.

Em relatório divulgado na noite desta quarta-feira (3), o banco europeu Credit Suisse afirmou que tanto a elevação de 1,50 ponto da taxa básica quanto a indicação de aperto de menor magnitude em março vieram em linha com suas projeções. Segundo o documento, a expectativa agora é de que a Selic seja elevada em 1 ponto percentual em março e 0,50 ponto em maio, chegando então a 12,25% ao ano.

O nova-iorquino Goldman Sachs também publicou um relatório condizente com o atual cenário, e que, a partir do próximo mês, espera elevações mais brandas.

“[Altas mais leves] dependem da evolução da inflação e dos respectivos balanços de risco, [fatores que] podem proclamar o fim do ciclo de alta de juros. […] [A desaceleração é justificada por] um perfil de crescimento real do PIB abaixo da tendência, pano de fundo incerto da covid, efeitos defasados do aperto monetário recente e uma taxa de câmbio mais bem ancorada”, afirmou Alberto Ramos, diretor de pesquisas econômicas para a América Latina da instituição norte-americana.

Impacto nos investimentos

O mercado acionário já havia precificado a mais recente alta na Selic, e vinha operando, desde o início do ano, sob a projeção desse cenário. O reflexo disso pode ser compreendido após o pregão desta quinta-feira (3): o Ibovespa se apoiou na boa recepção do mercado local à decisão do Banco Central e operou com certa estabilidade, apesar da queda de 0,18%.

Depois de o Copom confirmar quais serão suas próximas movimentações, a curva de juros passou por um forte ajuste de queda, principalmente na ponta mais curta, o que ajudou o principal índice da Bolsa brasileira a tentar seguir na contramão da aversão ao risco global.

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No MyNews Investe desta quinta, a economista da XP Tatiana Nogueira, a jornalista Mara Luquet, o co-founder e CFO da plataforma Gorila Leo Kalim e o jornalista Vitor Hugo Gonçalves falaram sobre a projeção de alta da Selic e os impactos do aumento da taxa básica de juros sobre o mercado de ações. Confira:

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