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Copom e cenário internacional levam dólar a menor patamar desde junho

Expectativa pela vacina também tem influenciado o mercado, de acordo com economista

por Rodrigo Borges Delfim em 11/12/20 09:58

O dólar atingiu na quinta-feira (10) seu menor valor de fechamento desde 10 de junho, cotado em R$ 5,03.

Para Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, essa redução se deve a uma série de fatores no cenário internacional que trouxeram bom humor aos mercados, basicamente por reflexo do cenário internacional — como o vitória de Joe Biden na eleição presidencial e a chegada da vacina contra a Covid-19 no Reino Unido.

“Isso foi muito positivo para o mercado e gerou um apetite maior a risco, e como estamos em um cenário de muita liquidez mundial trouxe a taxa de câmbio de países emergentes [como o Brasil] para patamares mais baixo” disse ela ao Morning Call desta sexta-feira (11).

Além dos fatores externos, Fernanda citou a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter a taxa Selic em 2% ao ano como outro elemento que ajudou a puxar para a baixo a cotação da moeda americana.

“O mercado já esperava uma manutenção da taxa básica de juros em 2%, mas o comunicado pós-reunião foi numa linha de que deve ter alta da taxa de juros nos próximos meses. Isso acabou acelerando a queda do dólar no pregão de ontem”.

Cotação do dólar atingiu menor patamar desde junho.
Cotação do dólar atingiu menor patamar desde junho.
(Foto: Pixabay)

Os mesmos fatores que derrubaram a cotação do dólar também ajudaram no resultado positivo da Bovespa no fechamento de quinta-feira, com alta de 1,88%.

“A Bolsa teve um extra que foram os dados de vendas do varejo, mostrando que essa parte segue bastante aquecida, a despeito dos demais serviços estarem balançados pela crise”, disse a economista.

Expectativa por vacinas

Fernanda explica que as discussões e decisões em torno das vacinas contra Covid-19 seguem influenciando no mercado. O Brasil tem mais de 6 milhões de casos registrados da doença e 179 mil óbitos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Segundo ela, há dois cenários se desenhando a partir de janeiro: um mais otimista, com a vinda rápida de uma vacina, ou a necessidade de medidas mais duras de isolamento social para conter o avanço do vírus —em uma visão mais pessimista. E caso esse cenário adverso se confirme as consequências devem ser ruins para o Brasil.

“Possivelmente a gente deve virar o ‘patinho feio’ dos emergentes, porque isso vai acabar pegando mal para investidor e os recursos vão acabar saindo do país. Por outro lado, se tivermos uma vacina, vamos permanecer com o dólar perto de R$ 5, e aí outros fatores internos devem ganhar mais peso”, afirma a economista do Ourinvest.

Entre tais fatores domésticos estão as reformas tributária e administrativa, o Orçamento para 2021 e a inflação.

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