Ausência de respostas rápidas em economia e imunização pode deixar país “no fim da fila” da atração de investimentos
por Rodrigo Borges Delfim em 04/01/21 09:28
O ano de 2021 começa globalmente sob signo da pandemia de Covid-19 e na expectativa sobre os impactos da vacinação sobre as populações. E enquanto dezenas de países já iniciaram seus processos de imunização, o Brasil ainda vive incertezas quanto ao processo.
A essa incerteza se somam ainda as questões fiscais e econômicas que ficaram pendentes de 2020, como a não votação de reformas — como a tributária e administrativa — e o fim de programas de estímulo econômico, como o auxílio emergencial.
“Iniciamos o ano sem decisões fiscais importantes e ainda com essa questão de recrudescimento da pandemia e sem a questão das vacinas. A gente não tem nada muito palpável”, aponta Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest, em participação no Morning Call desta segunda-feira (4).
Tal indefinição, de acordo com a economista, joga contra o Brasil, que se coloca em uma posição pouco favorável a aproveitar a liquidez disponível atualmente no mercado.
“Aos olhos de mercado, o que pode acontecer é o Brasil se tornar o patinho feio dessa história. Se a gente continuar nesse impasse, o que deve acontecer é a gente continuar no final da fila para receber esse tipo de investimento”.
Consorte chama a atenção ainda para a indefinição quanto à agenda fiscal brasileira. Segundo ela, o mercado aguarda a retomada do direcionamento que havia sido dado em 2019 com a reforma da Previdência, e que ficou de lado em razão das medidas de resposta à pandemia.
Caso esse foco não seja retomado, a economista vê o caráter de “patinho feio” na economia se reforçar perante os investidores.
“Se o Brasil não tiver uma história boa para contar, isso vai acabar afetando os fluxos de investimento para Brasil”, resume.
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