Caracterizado como estável, o índice ainda reflete as consequências econômicas e sociais da pandemia
por Vitor Hugo Gonçalves em 28/01/21 11:59
A taxa de desemprego no Brasil teve a segunda queda seguida em 2020, encerrando o ano em 14,1%, percentual equivalente a 14 milhões de pessoas. Os dados foram divulgados hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e compõem a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).
Mensurado trimestralmente, o índice publicado é referente aos últimos meses de setembro, outubro e novembro. Apesar da ligeira melhora em relação às duas verificações anteriores (compreendendo o período de julho a outubro), a taxa foi a mais alta para esse trimestre desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012.
O atual cenário, ainda caracterizado pelos desdobramentos da pandemia, é de estabilidade (14,4%). Já em comparação direta com o mesmo trimestre de 2019, são 2,9 pontos percentuais a mais (11,2%) – cerca de 2,9 milhões de cidadãos inativos.
A pesquisa também apontou um aumento de 4,8% no total de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em novembro, chegando a 85,6 milhões. Em proporção aos três meses anteriores, são 3,9 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho. O nível de ocupação, assim, subiu para 48,6%.
Adriana Beringuy, analista da pesquisa, estabelece relações entre o crescimento do emprego e o retorno gradual dos serviços após a flexibilização das medidas restritivas, além da sazonalidade conferida no fim de ano, sobretudo nos setores comerciais.
De acordo com ela, “o crescimento da população ocupada é o maior de toda a série histórica. Isso mostra um avanço da ocupação após vários meses em que essa população esteve em queda. Essa expansão está ligada à volta das pessoas ao mercado que estavam fora por causa do isolamento social e ao aumento do processo de contratação do próprio período do ano, quando há uma tendência natural de crescimento da ocupação”.
Segundo o IBGE, o comércio foi um dos grandes responsáveis pelo avanço positivo na taxa de ocupação, muito devido a maior intensidade de atividades, tendo em vista que mais de 854 mil pessoas passaram a operar no setor no período entre setembro e novembro.
“O comércio nesse trimestre, assim como no mesmo período do ano anterior, foi o setor que mais absorveu as pessoas na ocupação, causando reflexos positivos para o trabalho com carteira no setor privado que, após vários meses de queda, mostra uma reação”, afirmou Beringuy.
Na sequência de setores que puxaram a melhora, destacam-se a ‘Indústria Geral’ (empregando 465 mil pessoas), ‘Construção’ (mais 457 mil) e a ‘Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais’ (com mais 427 mil pessoas).
Também em relação ao trimestre anterior, o número de empregados informais, sem carteira assinada, no setor privado subiu 11,2%, (mais de 980 mil pessoas), chegando, na totalidade nacional, a 9,7 milhões de cidadãos. Em comparação com o mesmo trimestre de 2019, contudo, o percentual caiu para 17,6% (menos 2,1 milhões).
Já a população desalentada, correspondente àqueles que não buscaram trabalho, mas que gostariam de atuar e estão disponíveis, manteve-se estável se comparado ao trimestre anterior, atingiu o número de 5,7 milhões de pessoas. Porém, em relação ao mesmo trimestre de 2019, o aumento foi de 22,9%, equivalente a mais 1,1 milhão de pessoas.
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