Economia já sente impacto de avanço da pandemia, mas tombo deve ser menor que de 2020 COVID-19

Economia já sente impacto de avanço da pandemia, mas tombo deve ser menor que de 2020


Um ano depois de ser atingido pela covid-19, o Brasil atravessa uma escalada de casos e mortes pela doença e novas medidas de restrição anunciadas pelos estados.

Apesar do avanço do vírus em ritmo ainda mais letal, o tombo da economia não deve ser tão grande como o que aconteceu no segundo trimestre de 2020 – quando o PIB caiu 9,7%.

Essa é a avaliação do economista João Paulo Carvalho, sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal. “A economia se recuperou um pouco da crise no ano passado, mas a gente ainda está vivendo uma crise econômica, na minha visão, aguda”, avalia ele.

O principal setor afetado por essas novas restrições, segundo ele, é o comércio. Dados divulgados pelo IBGE mostram que o setor, que caiu 6,2% em dezembro, voltou a ter retração em janeiro, de 0,2%. Segundo a Alvarez & Marsal, o PIB do comércio deve crescer 2,6% em 2021 — resultado que é insuficiente para recuperar a queda de 3,1% em 2020.

Economia já sente impacto de avanço da pandemia, mas tombo deve ser menor que de 2020. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Lojas de rua na Tijuca, no Rio de Janeiro, funcionam em reabertura do comércio ocorrida em 2020. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Mesmo com o impacto, João Paulo não enxerga um horizonte em 2021 tão ruim como foi o de 2020 para o desempenho econômico. A avaliação dele é a de que os negócios – como restaurantes e outros serviços – estão mais preparados para passar pela fase de restrições.

“O impacto vai ser menor do que o de 2020 até porque a gente já aprendeu, de certa forma, a lidar com as restrições. Mas já vemos [na consultoria] um crescimento do PIB menor do que o projetado pelo mercado, na ordem de 2,7%”, analisa ele. O Boletim Focus do Banco Central, que traz a projeção de analistas do mercado financeiro, projeta para o ano um PIB com alta de 3,26%.

Pela projeção da Alvarez & Marsal, ao menos 1,8 mil empresas devem recorrer a pedidos de recuperação judicial ou extrajudicial em 2021, mais do que no ano passado. Segundo a consultoria, o aumento esse ano acontece na ausência de programas do governo para crédito à empresas e renegociação de dívidas.

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