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Economia

APREENSÃO ECONÔMICA

Invasão russa à Ucrânia provoca queda nos mercados globais

Bolsas mundo afora operaram em baixa na manhã desta quinta (24), refletindo as apreensões frente ao conflito no Leste Europeu. Produção e fornecimento de gás natural e petróleo também foram afetadas.

por Vitor Hugo Gonçalves em 24/02/22 13:49

Horas após o início da invasão russa ao território ucraniano na madrugada desta quinta-feira (24), os mercados globais já refletem a apreensão proveniente do conflito armado. Quedas expressivas nas Bolsas de Valores, alta generalizada do dólar e escassez de produtos capitais como petróleo e grãos são alguns dos efeitos primários.

Como esperado, os mercados globais amanheceram em baixa nesta quinta. Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq Composite já cai mais de 20% em relação a seu pico recorde de fechamento de novembro passado – pela manhã o indicador econômico registrava baixa de 104,7 pontos, indo a 12.932,80. O Dow Jones, na abertura, recuou 0,91%, ficando em 32.830,33 pontos, caindo mais de 10% ante pico de fechamento recorde de 4 de janeiro. Já o S&P 500 abriu em baixa de 1,65%, a 4.155,77 pontos.

Bolsas globais operam em queda após ataque russo à Ucrânia.

Resultado entre meio-dia e uma hora (pm) – Bolsas globais operam em queda após ataque russo à Ucrânia. Foto: Reprodução

Na Europa o cenário segue a tendência baixista: na Alemanha, Frankfurt perdeu mais de 5%, seguida por Milão e Paris (-4%) e Madrid e Londres, com perda de mais de 3%. O mercado de ações de Moscou caiu mais de 25%, e a moeda russa, o rublo, atingiu seu mínimo histórico em relação à moeda estadunidense (89,98 por dólar), antes da intervenção do Banco Central russo.

A movimentação russa também mexeu com os ânimos do mercado brasileiro, que amarga queda de cerca de 2% – meio-dia, o Ibovespa marcava 109.943 pontos, com perda de mais de 2.000.

Gás e Petróleo

Na Europa, a guerra também influencia diretamente o preço do gás natural. O produto com entrega marcada para março, no início desta manhã de quinta-feira, chegou a 113 euros por MWh, o que representa um aumento de 29,14% em relação à cotação do dia anterior. Desde o dia 7 de janeiro o preço não passava de 100 euros, mas a cotação chegou a 180 euros no fim do ano passado com o aumento da demanda chinesa e seguiu com o início da tensão na Ucrânia.

Isso acontece porque a Rússia é a principal fornecedora de gás natural para a Europa e, segundo a gigante francesa do setor, TotalEnergias, não existe alternativa para importação. “Se o gás russo não chegar à Europa, temos um problema real com os preços do gás na Europa”, disse o presidente do grupo, Patrick Pouyannée, em Paris. Ele participou nesta quinta do fórum da Federação Nacional de Obras Públicas (FNTP) e ressaltou que o gás russo representa 40% do mercado europeu.

Os preços do petróleo, que já vinham de altas mediante a escalada de tensões no Leste Europeu, também dispararam. O brent, referência comercial para o mundo, subiu acima de US$ 105 o barril pela primeira vez desde 2014.

A Rússia é o terceiro maior produtor da commodity energética e o segundo maior exportador. Devido aos baixos estoques e à diminuição da capacidade ociosa, o mercado de petróleo não pode arcar com grandes interrupções no fornecimento.

Giovanni Staunovo, analista do UBS, afirma que “as preocupações com a oferta também podem estimular a atividade de estocagem de petróleo, o que sustenta os preços.”

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