Estudos vencedores do Prêmio Nobel de Economia mostraram que reajuste do salário mínimo não tem relação com aumento do desemprego e que renda é maior proporcionalmente aos anos de escolaridade
por Redação em 11/10/21 17:07
Os norte-americanos David Card e Joshua Angrist e o holandês Guido Imbens venceram o Prêmio Nobel de Economia de 2021 por suas contribuições empíricas para a economia do trabalho e metodológicas para a análise das relações causais. Card é professor na Universidade de Berkeley, na Califórnia; Angrist leciona economia do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos; enquanto o holandês é professor na Universidade de Standford, também nos EUA.
Eles usaram situações da vida real para estudar os impactos econômicos no mundo real em áreas do setor de fast-food dos Estados Unidos e em relação à migração de Cuba, no período do governo Fidel Castro. Os dois estudos mostraram que o aumento do salário mínimo não tem relação com o aumento do desemprego e que a renda é maior de acordo com os anos de escolaridade de cada trabalhador. Metade do prêmio de 10 milhões de coroas suecas (R$ 6,32 milhões) irá para David Card e a outra metade será dividida entre Joshua Angrist e Guido Imbens.
Mara Luquet analisou a premiação como importante do ponto de vista dos trabalhadores, pois faz cair um mito da economia tradicional de que o reajuste de salários tem impacto negativo para a geração de emprego de um país. A jornalista acredita que o Nobel de Economia reflete também o atual momento, em que mudanças no mercado de trabalho e nas formas de executar as jornadas laborais têm mudado rapidamente.
“Sei que falar isso num país com 14 milhões de desempregados pode parecer absurdo, mas está se formando um novo tipo de trabalho, com um trabalhador que vai querer mais qualidade de vida. Questões como saúde mental já vinham sendo apontadas e avaliadas nas relações de trabalho e a gente vai ver cada vez mais esse assunto sendo discutido. Temos que pensar nas nossas carreiras de uma forma diferente do que pensaram nossos pais e as empresas, também, para conseguir reter talentos”, avaliou Mara Luquet, para o MyNews Investe.
Luquet citou o professor adjunto da Universidade do Trabalho, Cláudio Garcia – que em entrevista ao Canal MyNews abordou as mudanças nas relações de trabalho e um movimento que deve se acentuar no momento “pós-pandemia”. Segundo Garcia, muitas pessoas têm reavaliado as formas de trabalhar e as horas trabalhadas. Especialmente as mulheres, entre elas, em especial, as que têm filhos, têm uma carga extra entre três a seis horas a mais de trabalho que os homens.
“A pandemia estressou o que já existia. A Organização Mundial de Saúde já falava que existia a questão do stress nas empresas e as pessoas estão procurando opções que sejam mais saudáveis para elas”, considera o professor, para quem as organizações aprenderam a se adaptar ao trabalho remoto sob pressão da necessidade.
* Com informações da Agência Brasil
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