Presidente se recusava a sancionar a medida, aprovada pelo Congresso
por Rodrigo Borges Delfim em 28/12/20 09:40
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na noite de domingo (27) um pacote que libera US$ 2,3 trilhões (o equivalente a quase R$ 12 trilhões) para estimular a economia nacional.
A assinatura do pacote veio após pressão tanto de democratas quanto de republicanos, que haviam aprovado a medida no Congresso no último dia 21. Desde então, Trump vinha se recusando a sancionar o pacote.
O projeto de lei fornece US$ 892 bilhões (R$ 4,6 trilhões) em alívio pelo coronavírus, incluindo benefícios especiais de desemprego que expiraram em 26 de dezembro, além de US$ 1,4 trilhão para gastos regulares do governo.
O presidente republicano, que deixa o cargo em 20 de janeiro para dar lugar a seu sucessor, o democrata Joe Biden, começou a se dizer insatisfeito com o projeto, depois que ele foi aprovado pelo Congresso. Ele exigia o aumento o valor dos cheques de estímulo para americanos em dificuldades de US$ 600 (R$ 3.120) para US$ 2.000 (R$ 10.400).
Sem a sanção presidencial, a economia americana corria o risco de um caos. Isso porque tanto o governo poderia sofrer uma paralisia de seus serviços a partir de terça-feira (29) quanto programas de socorro à população em meio à pandemia expirariam. De acordo com dados do Departamento de Trabalho dos EUA, cerca de 14 milhões de pessoas poderiam perder esses benefícios extras.
“Estou assinando este projeto de lei para restaurar o seguro-desemprego, interromper os despejos, fornecer assistência de aluguel, adicionar dinheiro para os programas de empréstimos para empresas, devolver nossos funcionários do setor aéreo a seus empregos, adicionar substancialmente mais dinheiro para a distribuição de vacinas, e muito mais”, disse Trump em comunicado emitido da residência na qual passou o Natal, na Flórida.
O fim do impasse em torno do pacote trilionário deve ter impactos positivos sobre o mercado financeiro mundo afora.
As Bolsas de Valores na Ásia, em sua maioria, fecharam a segunda-feira em alta, como Xangai (0,02%), Tóquio (0,74%) e Seul (0,06%).
Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, esse impacto positivo da entrada em vigor do pacote trilionário de estímulos à economia dos Estados Unidos deve reverberar pelos próximos dias.
“Ajuda a população, mas não piora tanto a questão fiscal, que já está ruim. Então o mercado tende a gostar. Vai ser positivo ao longo dessa semana e ainda em janeiro”, aponta Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, no Morning Call desta segunda-feira (28).
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