Economia

Projeções para o próximo ano

Ricos mais ricos e pobres mais pobres: Brasil começa 2021 com desigualdade ampliada

Estudo da Tendências Consultoria mostra que mais ricos vão se beneficiar de recuperação econômica, enquanto classe D/E vai perder renda

por Juliana Causin em 29/12/20 15:59

O fim do auxílio emergencial e a lenta recuperação do mercado de trabalho vão agravar um problema basilar da sociedade brasileira em 2021: a desigualdade. Uma projeção feita pela Tendências Consultoria mostra que, apesar do cenário desafiador, a renda dos mais ricos do país deve aumentar no próximo ano. Por outro lado, as classes B, C e D/E devem empobrecer.

As projeções apontam que as famílias com renda domiciliar a partir de R$ 19,4 mil por mês, que fazem parte da classe A, vão se beneficiar mais rapidamente da recuperação da economia brasileira. A previsão da Tendências é que essa faixa mais rica tenha um incremento de 2,7% nos rendimentos em 2021.

Na outra ponta, os pobres ficam ainda mais pobres neste ano que começa. A projeção da consultoria é que o rendimento das famílias que ganham até R$ 2,6 mil por mês, estratos da classe D/E, sofra redução de 15,4% no próximo ano.

Comunidade do Moinho e prédios em Campos Elíseos, região central de São Paulo. Região é um dos exemplos da desigualdade presente no Brasil
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O movimento aumenta o abismo econômico entre as famílias brasileiras. Segundo a Tendências, mais 930 mil famílias devem passar a fazer parte das classes D/E em 2021, com o empobrecimento gerado pelos efeitos da pandemia.

Alívio emergencial e momentâneo

A diretora da área de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências, Alessandra Ribeiro, explica que as famílias mais pobres, em 2020, sofreram menos com a pandemia do novo coronavírus por causa da renda extra desembolsada pelo governo com o auxílio emergencial.

Segundo ela, o rendimento dessas famílias subiu 20,9% em 2020 com o impulso do benefício. Para o ano que vem, “a gente vai ver o efeito reverso”, diz ela.

“A recuperação do mercado de trabalho sozinha não vai ser suficiente para compensar a saída do auxílio emergencial”, explica. “Por isso que na média de 2021 nós esperamos uma expressiva queda na média de renda”.

No topo da pirâmide social, a classe A — que viu a renda ficar praticamente estável em 2020 — se beneficia com a recuperação da economia e melhora dos negócios para o próximo ano.

“A gente tem também um percentual importante dessa classe A que é de trabalhador melhor qualificado, com salário médio maior, que num cenário de recuperação econômica é mais beneficiado”, afirma a diretora da Tendências.

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