Álbum de João Tostes e Vinícius Vivas, 'Ukulele harmonies live in Niterói', traz repertório plural e sonoridade que vibra em uma espécie de catarse mântrica
por Aquiles Reis em 06/12/24 14:52
João Tostes e Vinícius Vivas lançam álbum 'Ukulele harmonies live in Niterói' | Fotos: Reprodução Facebook @joaotostes/Reprodução Facebook @vinicius.vivas.7/Divulgação
Após comentar o álbum Clarone no choro, do Sérgio Albach, na coluna da semana retrasada, hoje trataremos de outro que também me chamou a atenção: Ukulele harmonies live in Niterói (clique neste link para ouvir), de produção independente, gravado por João Tostes e Vinícius Vivas.
Primeiro, fiz contato com o Tostes e perguntei: “O que o levou a fazer do ukulele um instrumento pra chamar de seu? A afinação? A beleza do som?”.
Ele respondeu: “O som da afinação reentrante do ukulele é encantador e, juntamente com os resultados positivos que obtive tanto nas questões educacionais quanto nas artísticas, o ukulele passou a ser meu instrumento principal (…)”.
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O CD tem João Tostes (ukulele tenor) e Vinícius Vivas (ukulele tenor, ukulele barítono e ubass), mais o convidado Leandro Donato (ukulele tenor e ubass). Produção musical, executiva e direção musical couberam a João Tostes, já os arranjos são todos dele e de Vivas.
E assim o show começa. O lindo Teatro Municipal de Niterói ferve, entusiasmado com os instrumentos que ouve. A sonoridade dos ukuleles vibra numa catarse meio mântrica que a todos incita pelo imprevisível.
Timbres e texturas saltam no ar – a gravação capta a atmosfera do palco. Uma integração absoluta é sentida a cada arpejo. A cada acorde, é como se o mundo se enchesse de opções harmônicas. E as salas (do Theatro e a minha) vibram na frequência das cordas que fluem pelas mãos dos uquelelistas. O repertório plural tem títulos originais, clássicos brasileiros, internacionais e temas marcantes do ukulele. Eis alguns.
Maria Madalena (João Tostes): o tema é delicado, a sonoridade é única, a empatia é imediata. Improvisos realçam a magia dos instrumentos nas mãos de Tostes e Vivas, eles que protagonizam esta e as próximas quatro músicas.
Piano forte (Jake Shimabukuro): os instrumentos dialogam. Francamente solidários, demonstram afinidade musical, virtuosa e sincera. O dedilhado das cordas enseja a vibração harmônica do tema.
Xote sem rumo (Felipe Moreira e João Tostes): os instrumentistas estimulam a plateia a cantar o refrão. Ukulele e coro clarificam o congraçamento que, àquela altura, voa no ar.
Téma pro Ben (Diogo Fernandes e João Tostes): o suingue molda o tema. Como experientes timoneiros, Tostes e Vivas levam a nau por mares seguros.
Marakatuke (Diogo Fernandes e João Tostes): o som rola ainda mais convincente. A sonoridade é única, a tessitura, esplêndida, bem como contagiante é a melodia. Os meninos sabem como fazer de seus instrumentos um porto seguro para quem os ouve tocar, o que fazem como poucos, pioneiros que são.
She’s leaving home (Lennon e MacCartney): a empatia com a plateia segue franca. Vinícius Vivas sola no seu ukulele.
Embalados pelo virtuosismo, a dupla carrega nas mãos a magia que povoa suas almas musicais. Com elas conquistam o publico e se impõem diante do mercado musical atual.
Aquiles Rique Reis
Nossos protetores nunca desistem de nós.
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