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Cultura

PANDEMIA NO BRASIL

Covid-19 avança no Amazonas e medidas de isolamento chegam à Justiça

Justiça determinou a suspensão das atividades não-essenciais. Câmaras frigoríficas são instaladas para armazenar corpos

por Hermínio Bernardo em 04/01/21 06:55

O Governo do Amazonas informou que ainda não foi notificado da decisão da Justiça estadual que determinou a suspensão das atividades não-essenciais. A determinação vale por 15 dias e prevê o uso de força policial para “preservar a ordem pública”.

O governo declarou que, quando for notificado, reunirá os órgãos que compõem o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 para analisar o documento judicial e determinar os procedimentos cabíveis.

O Estado já tentou fechar o comércio no fim de dezembro, sem sucesso. O governador Wilson Lima publicou um decreto que impedia atividades consideradas não-essenciais. Houve protestos contra o fechamento das lojas. Manifestantes chegaram a bloquear ruas e a cercar a casa do governador, que recuou da medida. 

Situação crítica

O avanço da doença no Amazonas voltou a preocupar. O Estado contabiliza mais de 200 mil casos. O número de mortes chega a 5.325.

Cemitério Nossa Senhora Aparecida, o maior de Manaus. (Foto: Altemar Alcantara.Semcom)

O governo estadual está prevendo o uso de maternidades para tratar os pacientes por causa da alta demanda. O Sindicato dos Médicos do Amazonas criticou a decisão e afirmou que o governo amazonense não se preparou como deveria para uma nova onda de casos da doença.

O destaque negativo fica com a capital Manaus. No dia 31 de dezembro, a cidade registrou um recorde com 124 novas internações. O número é maior que no pico da pandemia entre abril e maio, quando sofreu um colapso do sistema de saúde e funerário.

Os hospitais de Manaus voltaram a montar tendas externas para a triagem dos pacientes. O objetivo é agilizar o atendimento nos casos de urgência. Os hospitais públicos estão com mais de 90% de taxa de ocupação. Já sete dos 11 hospitais particulares estão com 100% dos leitos de UTI ocupados, de acordo com o governo. 

Outra medida tomada no pico da pandemia e novamente em vigor é a instalação de câmaras frigoríficas para armazenar os corpos de mortos pela covid-19 em Manaus. A Secretaria Estadual de Saúde informou que a instalação de outras câmaras frias deve ocorrer nos próximos dias para dar suporte aos hospitais no acondicionamento de corpos de pacientes que falecerem da doença.

Com o aumento de casos e mortes, a Prefeitura de Manaus preparou novas áreas em cemitérios para enterrar as vítimas da doença. Entre abril e maio aconteceram enterros coletivos em valas durante o auge da pandemia. No maior cemitério de Manaus, o Nossa Senhora Aparecida, agentes da Prefeitura preparam um terreno para disponibilizar mais de 1.500 novas covas para sepultamento.

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