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Pesquisa CNM

O que falta e o que pode faltar nos municípios brasileiros para o combate à covid-19

Segundo dados da última pesquisa da Confederação, além da oferta de vacinas e de vagas em UTIs, o estudo aponta que há risco iminente para o “kit intubação”

por Sara Goldschmidt em 03/05/21 11:15

A Confederação Nacional dos Municípios, a CNM, tem realizado desde o fim de março uma pesquisa para entender o panorama de enfrentamento da covid-19 no Brasil. Na edição divulgada na última sexta-feira (30), um dos pontos de alerta é em relação ao risco iminente de faltar medicamentos do chamado “kit intubação”.

Entrega de medicamentos do kit intubação, que está em estoque crítico nos hospitais.
Entrega de medicamentos do kit intubação, que está em estoque crítico nos hospitais. Foto: Itamar Aguiar (Palácio Piratini).

O estudo mostra que a carência de insumos que compõem o kit ainda é uma preocupação para um em cada cinco municípios que responderam à pesquisa, ou seja, 641. A pergunta vem sendo feita desde a primeira edição do estudo, quando 1.316 (50,4%) gestores afirmaram enfrentar esse risco. Já a falta de oxigênio pode atingir 223 municípios, 7,9% – em março, esse número era 709, representando 27,2%.

Outro dado que chama atenção é o número significativo de municípios brasileiros que registraram pacientes intubados em unidades de pronto atendimento, as UPAS: 64,7% dos que responderam. São unidades em sua maioria superlotadas, e que não possuem estrutura adequada para atendimentos graves: estrutura física, material e de recursos humanos. Nesses mesmos municípios, 22% responderam ter pacientes em Upas aguardando vaga em UTIs. 

A falta de vacinas para primeira e segunda doses também foi pauta da pesquisa da entidade. Em 869 municípios, 30,7%, há o registro de ausência para aplicação da segunda dose no prazo estipulado pelo informe do imunizante. Já a oferta da primeira dose ao grupo prioritário faltou em 673 entes locais.

Atuação na Saúde

Os temas vêm sendo levados ao governo federal pela CNM em reuniões com o Ministério da Saúde. Segundo a entidade, o ministro da Saúde Marcelo Queiroga informou na semana passada as ações da pasta para garantir o abastecimento do “kit intubação”, como pregão internacional sem fixação de preços e doações por parte da iniciativa privada e da Espanha.

No que se refere à falta de imunizantes para a segunda dose, o Ministério informou que adotará uma logística emergencial para normalizar a situação: o envio diário de parte de doses aos Municípios com falta do imunizante para completar o esquema vacinal. As doses antecipadas serão descontadas da remessa semanal destes Municípios.

Nesta última pesquisa, o levantamento também perguntou aos gestores se os recursos financeiros para a Saúde (fundo a fundo) de 2021 eram maiores do que os repassados pelo governo nos primeiros quatro meses do ano passado. Cerca de 57% dos Municípios afirmaram que houve redução nos repasses. Já 17% apontaram um aumento e 26% não souberam responder.

A pesquisa da CMN está em sua sexta edição e ouviu 2.831 municípios de todos os estados brasileiros entre os dias 26 e 29 de abril. Os dados completos você encontra no site www.cnm.org.br.

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