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Rebelo confirma favoritismo e é reeleito presidente de Portugal; Ventura fica em 3º

Eleição presidencial ocorreu em meio a lockdown em razão da pandemia, gerando abstenção de 60,51%

por Rodrigo Borges Delfim em 25/01/21 09:05

Eleição Portugal PSD
Rui Rio, presidente do PSD, vota nas eleições em Portugal.
(Foto: Divulgação/PSD)

Confirmando as previsões dadas pelas pesquisas, o atual presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, foi reeleito para um novo mandato de cinco anos. Ele obteve 60,7% dos votos, encerrando o processo ainda no primeiro turno.

Em segundo lugar ficou a socialista Ana Gomes, com 12,97% dos votos, seguida por André Ventura, com 11,9%. Ao todo, sete candidatos disputaram o cargo.

A eleição teve uma abstenção de 60,51%, segundo a emissora pública RTP, gerada especialmente pela pandemia — com alta nos casos de Covid-19, Portugal está sob lockdown.

A eleição foi mantida por questões constitucionais. Para facilitar e fomentar a participação dos cerca de 9,8 milhões de eleitores portugueses, foi possível votar à distância entre os dias 12 e 20 janeiro. Quase 250 mil pessoas se inscreveram para votar antecipadamente, sendo que 197 mil efetivamente o fizeram.

O cargo de presidente possui um caráter moderador no sistema político português. O país funciona sob regime semipresidencialista, no qual cabe a ele a função de chefe de Estado. Ele pode dissolver o Parlamento e vetar leis aprovadas pelo Legislativo. A gerência de governo, por outro lado, recai sobre o primeiro-ministro.

Desempenho de Ventura

Apesar da vitória considerada certa de Rebelo, havia também uma expectativa quanto ao desempenho de André Ventura nas urnas. Eleito deputado federal em 2019, ele representa o Chega!, partido considerado de extrema-direita.

Com um discurso populista, racista e xenófobo, é considerado uma versão local do presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

O terceiro lugar na eleição, com uma margem de votos próxima de Ana Gomes, tem sido visto como uma vitória para o deputado. Ao mesmo tempo, ele coloca a extrema-direita no cenário eleitoral português, um dos poucos países na Europa nos quais essa tendência ainda não havia se manifestado com força.

“Ventura sabe bem o que vai gerar reação nos jornais e protestos. Ele quer notícia, ele quer polêmica”, resume André Azevedo Alves, cientista político da Universidade Católica Portuguesa, em conversa durante edição especial do Almoço do MyNews que foi ao ar neste sábado (23) e tratou da eleição portuguesa.

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