O Tribunal de Contas da União (TCU) investiga possíveis irregularidades na fabricação de cloroquina por um laboratório do Exército.
O presidente Jair Bolsonaro defende a utilização da cloroquina no tratamento da covid-19, mas o medicamento não tem comprovação científica de que seja eficaz contra o coronavírus.
Um parecer elaborado pela área técnica do TCU descartou a hipótese de sobrepreço na compra de insumos para a fabricação do medicamento. Apesar disso, o valor é mais caro que a compra realizada dois meses antes pela mesma empresa.
Os contratos custaram R$ 782 mil. Dois lotes de insumos para a fabricação da cloroquina tiveram um valor 167% mais alto que o preço cobrado pela mesma empresa dois meses antes.
As informações foram obtidas via Lei de Acesso à Informação e divulgadas pela agência de dados Fiquem Sabendo.
A área técnica do TCU avaliou que o presidente Jair Bolsonaro não tem responsabilidade na compra. Os técnicos entenderam que o Exército deveria ter atuado junto ao Ministério da Saúde para definir a quantidade que seria fabricada. O parecer do TCU afirma que, ao não atuar, houve possível prejuízo ao erário, já que há em estoque mais de 400 mil comprimidos.
O Tribunal determinou ainda que o Exército não mais produza cloroquina enquanto não for esclarecida a real necessidade e demanda.