Somente cinco blocos, dos 92 ofertados para exploração de petróleo e gás natural, foram arrematados na 17ª Rodada licitações de blocos exploratórios da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Bicombustíveis (ANP). Foi a pior rodada em relação a número de participantes e área arrematadas desde 1999, quando ocorreu a primeira.
Shell e Ecopetrol foram as únicas empresas que apresentaram ofertas, apesar de mais de nove estarem inscritas. Durante o leilão, foram arrematados dois blocos do setor SS-AP4 e três blocos do setor SS-AUP4, na Bacia de Santos. Os blocos das bacias Potiguar, Pelotas e Campos não atraíram investidores.
O leilão trouxe aos cofres públicas R$ 37 milhões em bônus de assinatura, com a previsão de investimentos em R$ 136 milhões.
De acordo com a ANP, os blocos que não receberam ofertas serão incluídos na Oferta Permanente.
O pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Henrique Jäger, considerou um fracasso o resultado do leilão. De acordo com Jäger, três fatores contribuíram o resultado: “a aceleração do calendário de leilões, que desconsidera as mudanças na conjuntura da indústria, e estágio de desenvolvimento da indústria; os riscos ambientais envolvidos em algumas regiões, mais especificamente em Pelotas e Potiguar; e o fato de alguns setores oferecidos no leilão terem blocos que já foram leiloados anteriormente, o que exigiria acordos de unitização que aumentam o risco para potenciais interessados”.
Para o pesquisador do Ineep “a ANP e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) terão de repensar suas estratégias com relação aos futuros leilões de blocos”. “Questões ambientais não podem mais ser desconsideradas ou tratadas de forma displicente como foi observado na 17°rodada”, avaliou.
* Com informações do Ineep