Implementando uma estratégia sistemática na gestão de recursos é possível gerar retornos consistentes de longo prazo trazendo diversificação ao portfólio
por Fábio Guarda em 02/08/21 10:40
O fator humano tem uma grande importância na gestão de ativos e, em meados dos anos 80, surgiram estudos para quantificar essa influência e tentar dirimi-la. Nascia o ramo de finanças comportamentais.
Uma forma encontrada pelos gestores para eliminar a influência emocional, comportamental e vieses foi sistematizar as decisões implementadas nos portfólios. O aumento do poder computacional e da capacidade de gerir e manter sólidas bases de dados fizeram com que a indústria de fundos sistemáticos ou quantitativos tivesse um boom a partir dos anos 2000.
Uma estratégia sistemática, através da fria análise de dados e modelos, procura eliminar todo o viés humano na tomada de decisão, para o bem ou para o mal. Ao aderir cegamente a um algoritmo, o gestor se beneficia de toda sua frieza na tomada de decisão, mas pode estar, também, restringindo-se à miopia de sua modelagem. Esse trade-off sempre existirá.
Uma modelagem robusta, suportada por um back teste com prazo suficiente para demonstrar seu desempenho diante de diversos contextos de mercado com rallies, crashes, momentos de alta e baixa, períodos sem tendência clara, são fundamentais para a implementação de uma estratégia sistemática.
Nos Estados Unidos, os fundos sistemáticos ou quantitativos já são amplamente conhecidos e boa parte dos hedge funds já possui implementações sistemáticas, sejam elas parciais ou integrais na gestão.
Aqui no Brasil, o patrimônio sob gestão em estratégias sistemáticas ainda é pequeno. Apesar de termos algumas casas trabalhando exclusivamente com esse modelo de gestão, desempenhando um excelente trabalho, diga-se de passagem, e outras casas incorporando estratégias sistemáticas parcialmente em seus portfólios, o AUM dessa classe ainda é uma fatia pouco relevante.
Bons produtos sistemáticos devem buscar retorno absoluto ou um excedente contra um benchmark com uma correlação mais baixa com os ativos que os hedge funds tradicionais. São ideais para a diversificação de risco dos clientes quando comparados à outras classes de ativos nas carteiras.
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Na Galapagos rodamos uma estratégia sistemática focada em perseguir tendências. Essa estratégia compõe integralmente a gestão do fundo Bracco e também está presente em parte do risco de outros produtos da casa. Ao longo dos dois anos de vigência da modelagem, com cotas divulgadas, a estratégia tem se mostrado vencedora e com baixa correlação com outros fundos e ativos.
O trabalho do gestor consiste no monitoramento constante dos modelos vigentes, sua aderência quando implementados e a busca de aperfeiçoamento e novas hipóteses a serem investigadas para avaliar se há novas oportunidades de implementação.
Embora ainda haja um longo caminho para nossa jovem indústria de fundos sistemáticos ganhar a mesma relevância identificada em mercados desenvolvidos, como nos Estados Unidos, o cenário é muito promissor, há muito trabalho a ser feito e muito campo a explorar.
É inquestionável que existem excelentes gestores que gerem recursos de uma forma mais tradicional. No entanto, acreditamos que a inclusão de modelos sistemáticos na gestão de recursos permite gerar retornos consistentes de longo prazo trazendo diversificação ao portfólio como um todo. Sofremos a dor da disciplina para não sofrer a dor do arrependimento.
Desde o início: 35,37%
Janeiro a Junho de 2021: 14,23%
Data de início: 19 de agosto de 2019
Público-alvo: Investidor Geral
Aplicação Mínima: R$ 1.000,00
Mínimo de Movimentação: R$ 1.000,00
Saldo de permanência: R$ 1.000,00
Cotização de Aplicação: D + 0
Cotização de Resgate: D + 30 (dias corridos)
Liquidação de Resgate: D + 1 (útil) na conversão de cotas
Taxa de Administração: 2,0% a.a.
Taxa de Performance: 25% sobre o IPCA + 3,5% Benchmark: IPCA + 3,5%
Fábio Guardia é portfolio manager da Galapagos Capital. Com 25 anos de experiência no mercado financeiro, já foi responsável pela gestão de ativos de diversos segmentos e classes de fundos na Itau Asset, UAM e Ativa WM. Foi sócio fundador do Fundo Bracco FIM – fundo sistemático e da Atbash Capital. Também teve passagem por tesourarias proprietárias como responsável global pelo livro de juros Brasil no Deustche Bank e trader de juros e moedas no Unibanco e Banco Cacique.
Formado em Economia pela FAAP, possui pós-graduação em Economia do Mercado Finaceiro pela FIPE-USP.
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