Variante Delta e possibilidade de terceira dose de vacina são alguns dos motivos para instabilidade nos mercados mundiais
por Luciana Tortorello em 19/08/21 21:19
Várias bolsas de valores pelo mundo têm apresentado queda nos últimos dias. Além da bolsa americana, a asiática e a europeia, a bolsa brasileira Ibovespa também sofreu com a oscilação. Começou o dia caindo, seguindo queda desde a semana passada, chegando aos 115 mil pontos. Seu fechamento se deu com uma leve alta de 0,45%, alcançando 117,165 pontos.
Já o dólar mantém-se estável. Sua cotação teve uma pequena queda, chegando aos R$ 5,30 – mas uma alta de 0,88% elevou a cotação para R$ 5,42.
Em entrevista ao MyNews Investe, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, analisou o que está influenciando a variação negativa das bolsas pelo mundo e um dos fatores está relacionado principalmente aos desdobramentos da pandemia do novo coronavírus.
“A variante Delta continua sendo um tema para os mercados, principalmente na Ásia, porque não sofreu tanto assim anteriormente com a Covid-19 como vem sofrendo agora, em termos de número de casos, de internações e mortes; mas também porque outras partes do mundo, como Europa e Estados Unidos, ficaram mais atentos à variante Delta – que aumentou muito rápido a quantidade de casos de internações e fez [iniciar] o debate sobre a terceira dose, sobre reforço de vacina da Covid-19, mais uma sensação de imediatismo, uma sensação de que é necessário discutir isso muito mais rápido do que o previsto”, comentou Gustavo Cruz.
Em relação ao Brasil, é preciso levar em conta os problemas domésticos, como a crise política e um debate antecipado sobre as eleições de 2022. “Tudo leva a crer que a gente vai ter um 2022 bem polarizado, o que vai dividir ainda mais o debate. Tem se visto também medidas mais populistas para tentar garantir mais quatro anos de governo, seja na esfera federal, estadual ou municipal”, explica Cruz, ressaltando que este cenário preocupa os investidores, principalmente por questões de deficit fiscal.
O executivo explica que as bolsas são como um termômetro de todas as principais empresas listadas na B3 e, conforme as coisas vão ficando mais incertas no Brasil, mais os investidores ficam inseguros em investir. “Nessa semana, a gente teve a taxa de 10 anos passando de 10% novamente. Já é uma taxa alta para um país emergente. Por isso, quando você coloca na prateleira se você tem uma remuneração de renda fixa, pagando taxas de juros bem maiores, a renda variável e Ibovespa se torna menos atrativa. Vai ter que ter um desempenho mais destacado para compensar a tomada de risco”, finalizou.
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