Segundo BC, poupança teve captação recorde em 2021 no mês de junho. Clara Sodré, da Xpeed, explica quais as alternativas para quem quer deixar a caderneta
por Juliana Causin em 22/07/21 17:58
A caderneta de poupança teve em junho o terceiro mês positivo de captação, segundo dados do Banco Central (BC), e o melhor resultado mensal desde o início de 2021. De acordo com o BC, os depósitos superaram os saques em R$ 7,09 bilhões no último mês. O saldo é resultado da diferença entre R$ 296,3 bilhões em depósitos e R$289,29 bilhões em retirada.
Depois de um início do ano com três meses de saldo negativo – com mais saques do que depósitos – a caderneta voltou a fechar com saldo positivo a partir de abril. O volume maior de retirada de janeiro a março coincidiu com o período de pagamento das contas do início do ano, como IPTU e IPVA.
Já a volta do saldo positivo, em abril, veio no período de retorno do pagamento do auxílio emergencial pelo governo. Em 2020, o benefício foi justamente um dos responsáveis pela captação recorde na poupança: R$ 166,3 bilhões, o maior valor anual da série histórica do BC, que começou em 1995.
Com cenário de queda de juros e alta da inflação, a caderneta de poupança há algum tempo deixou de ser um investimento rentável. Um levantamento da Economática, plataforma de informações financeiras, mostra que a rentabilidade real da poupança (que desconta a inflação) ficou negativa em 6,26% em 12 meses até junho. Esse foi o décimo resultado negativo mensal de rentabilidade da poupança.
O retorno baixo é resultado da inflação no país, que acumula alta de 8,35% em 12 meses, enquanto o rendimento da poupança, de acordo com a pesquisa, é de 0,16% no mês. Em 12 meses, o retorno foi de 1,56%, ainda insuficiente para superar a inflação.
Em entrevista ao MyNews Investe, Clara Sodré, professora da Xpeed e assessora de investimentos, explica que uma das alternativas para a poupança é a compra de títulos públicos, o Tesouro Direto. “É um investimento que tem a garantia soberana do governo. Qual seria o investimento? O Tesouro Selic, um investimento que tem garantia do governo e liquidez diária, ou seja, se você precisar do dinheiro, pode retirá-lo diariamente”, diz ela.
Uma opção entre as do Tesouro Direto, o Tesouro Selic é o título público com a rentabilidade atrelada à taxa básica de juros. É um dos títulos mais simples do Tesouro para quem quer começar a investir.
“De início, a alternativa é tirar da poupança e começar a migrar para ativos mais seguros”, afirma Sodré. Outras opções com baixo risco são os títulos de renda fixa emitidos por bancos, como CDB, LCI e LCA, que têm a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito).
“Quer sair da poupança e não sabe por onde começar? Vai para o Tesouro Selic. Se você já tem o Tesouro Selic e você pode ir para outros ativos, comece buscando ativos emitidos por bancos – CDB, LCI, LCA e letras de crédito. É a mesma garantia da poupança e tem um potencial de rentabilidade maior”, explica Clara. Ela lembra que essas opções mais seguras estão disponíveis em inúmeras corretoras, plataformas de investimento e bancos.
O CDB (Certificado de Depósito Bancário) é um título emitido por bancos com o objetivo de captação de recursos pelas instituições financeiras. A LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito Agronegócio) são semelhantes, mas tem o objetivo de financiarem setores específicos.
Os três investimentos contam com a cobertura do FGC, que garante a cobertura de até R$250 mil por CPF e por instituição financeira.
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