Orientações incluem regularizar situação no INSS, conhecer o próprio perfil fiscal, escolher um plano de previdência privada e apostar em outros investimentos
por Mara Luquet em 16/08/24 03:14
Como você estará daqui a dez ou 20 anos? Anota aí, o futuro pertence à previdência. Por isso, se você não gosta do tema ou não quer pensar sobre isso está contratando problemas para o seu futuro. Aqui resumimos tudo o que você precisa saber para conseguir a sua aposentadoria do jeito que você quiser.
Há algumas certezas que vão lhe ajudar bastante nesta caminhada e algumas incertezas para as quais você deve se preparar e, principalmente, se proteger.
Já. É melhor começar cedo do que tarde. Mas é melhor começar tarde do que nunca.
Todos podem. Na verdade todos devem montar uma estratégia para se aposentar mesmo que isso não signifique parar de trabalhar, mas sim conquistar a independência financeira.
Pouco. Mas sempre. É melhor investir pouco e sempre do que se programar para fazer aplicações altas e ter que interromper ou mesmo resgatar no meio do caminho.
Porque no século do aumento da expectativa de vida você vai viver muito e precisará se planejar para viver bem e realizar seus sonhos.
Este é o seguro mais barato. Tão simples assim. É o primeiro pilar que você deve começar a construir pensando no seu futuro e está aberta a todos. Por isso a importância de ver qual a sua situação e como regularizar sua vida como segurado do INSS. Mesmo que você não tenha um trabalho formal ou não trabalhe pode e deve contribuir para a previdência. Ser um segurado da previdência oficial tem benefícios além da aposentadoria. Veja aqui em qual categoria de contribuinte você deve se cadastrar. https://www.gov.br/pt-br/servicos/realizar-inscricao-no-inss
Por que então fazer previdência complementar? Porque a previdência social tem um teto de benefício, hoje de cerca de R$7 mil mensais. Ou seja, você precisará recorrer à previdência privada para complementar sua renda para manter seu padrão de vida quando se aposentar se sua receita estiver acima do teto. Além disso, você só conseguirá usufruir dos benefícios fiscais dos planos de previdência complementar se estiver contribuindo para a previdência oficial.
O plano de previdência é um jeito de você levar seu dinheiro para o futuro. Parte do imposto que você pagaria volta para você. Mas para isso dar certo você precisa fazer algumas contas. Qual o indicado para você?
A decisão tem a ver com a sua declaração de Imposto de Renda.
Então primeiro descubra qual o formato de declaração do IR faz mais sentido para você: a completa ou a simplificada.
Vá no site da Receita e simule. www.receita.fazenda.gov.br
Simule este valor que você pretende aplicar como se fosse uma despesa que pode ser descontada da base tributável. Porque na prática é assim que irá funcionar e veja agora o que a Receita irá lhe indicar, se a declaração simples ou completa.
Se o sistema indicar declaração simples, então o indicado é o VGBL
Se o indicado for a declaração completa, então a recomendação é que você aplique num PGBL
Este é o primeiro passo para escolher seu plano porque o ganho fiscal é um fermento poderoso para engordar suas aplicações. No PGBL você pode usar até 12% sobre sua base tributável para abater do IR. É o principal ponto de sedução desses veículos de investimento.
Mas e se você tiver mais do que 12% da renda para investir?
Bem, neste caso o valor além dos 12% deve ser direcionado ao VGBL. Mesmo sem dar o mesmo benefício, o VGBL tem outras características que seduzem fiscalmente, a principal delas é a ausência do come-cotas, o imposto cobrado regularmente dos fundos de investimentos tradicionais.
Não se surpreenda se descobrir que vinha fazendo o tipo errado de declaração durante todos esses anos. Esse erro é muito comum.
Você já regularizou sua previdência oficial e já traçou seu perfil fiscal. Bem, chegou o momento de escolher seu plano de previdência privada. Nesta fase o processo é muito parecido com os mesmos critérios que você utiliza para escolher um fundo de investimento.
1- Escolha o gestor – veja histórico de credibilidade e de performance das carteiras que administra. Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura, mas pode lhe dar uma ideia de consistência da performance, em especial em momentos de crise.
2- Você poderá escolher uma carteira concentrada em renda fixa ou ter fatias em renda variável ou até mesmo no exterior,
3- Avalie os custos. São dois: taxa de performance e taxa de administração. Atenção a este ponto. Hoje há muita concorrência no mercado e você poderá encontrar ofertas bem competitivas. Lembre-se, o custo sai da sua carteira. É você quem paga o gestor por meio dessas duas taxas.
Planejar os resgates de seu plano de previdência é tão importante quanto montar uma estratégia para investir. Isso porque o planejamento evitará que você pague impostos além do necessário. São dois os tipos de tributação:
Tributação progressiva – a alíquota aumenta conforme aumenta o volume do resgate que você vai fazer. Ela obedece a tabela do Imposto de Renda e é ideal para quem tem muita despesa para abater no ajuste anual do IR. Serve para quem vai resgatar aos poucos e têm muita despesa com saúde, por exemplo.
Outro exemplo, o dinheiro que você aplica em nome do seu filho para pagar a universidade no futuro. Ele vai resgatar aos poucos para pagar a mensalidade e provavelmente não estará trabalhando ou, se estiver, como estagiário deverá estar na faixa de isenção da tabela do IR.
Tributação regressiva – a alíquota reduz com o passar do tempo. Ideal para quem vai retirar o dinheiro depois de mais de quatro anos de aplicação e vai fazer um saque único ou não tem despesas para abater.
Depois de passar pela previdência oficial e pelos planos de previdência você pode começar então a navegar no oceano de investimentos que podem complementar sua renda e nele você encontrará imóveis, títulos de renda fixa, ações e os chamados investimentos alternativos, por que não?
A previdência oficial é o começo porque é a mais barata e generosa, mas tem um teto
Os planos de previdência são fundamentais por causa dos benefícios fiscais
E a carteira própria, qual a vantagem?
A diversificação. Estudos no Brasil e no exterior hoje e no passado mostram e confirmam que diversificação é um santo remédio para diluir riscos e oportunidades.
Algo importante de se observar para que a diversificação seja eficiente é que na carteira os ativos tenham uma correlação negativa, ou seja, quando o preço de um cai o outro sobre. Um caso clássico são ações e dólar. A moeda estrangeira, ter uma fatia dela na carteira, protege é um “hedge” como se diz no jargão financeiro porque quando a bolsa cai, o dólar sobe.
O brasileiro tem uma paixão atávica por imóveis. Eles são uma alternativa para a aposentadoria? Certamente. No entanto observe que uma carteira concentrada em imóveis tem um risco enorme e que muitas vezes o investidor não percebe.
Veja, se você conta com o aluguel do imóvel para complementar sua aposentaria terá problemas se ele ficar vago por um tempo prolongado. Este é apenas um dos riscos de investir em imóveis.
Mas mesmo para imóveis há diversas alternativas e os fundos imobiliários são muitos indicados neste caso. No entanto, também evite concentração excessiva.
Esses são os cinco passos para iniciar uma estratégia para se aposentar do jeito que você quiser
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