Para comentarista do MyNews, ocorrido foi ainda pior do que o episódio de agressão física no debate da TV Cultura, quando Datena acertou Marçal com uma cadeira
por Sofia Pilagallo em 28/10/24 18:30
Tarcísio de Freitas (Republicanos) fala a jornalistas no Colégio Miguel de Cervantes, zona sul de São Paulo | Foto: Assessoria de imprensa do prefeito Ricardo Nunes - 27.10.2024
O “fato mais grave” desta campanha eleitoral foi a declaração de Tarcísio de Freitas (Republicanos) no domingo (27), dia de votação do segundo turno das eleições municipais, afirmou nesta segunda-feira (28) o jornalista Ricardo Kotscho, comentarista do MyNews. Em coletiva de imprensa, o governador de São Paulo associou Guilherme Boulos (PSOL), candidato derrotado à prefeitura da capital paulista, ao Primeiro Comando da Capital (PCC), dizendo que integrantes da facção criminosa teriam orientado familiares e apoiadores a votar nele.
Para Kotscho, a fala de Tarcísio foi ainda mais grave do que o episódio de agressão física no debate da TV Cultura, quando o apresentador José Luiz Datena acertou o adversário Pablo Marçal (PRTB) com uma cadeira. O ocorrido marcou as eleições municipais de 2024 e atraiu a atenção dos brasileiros para o pleito em São Paulo, que adquiriu caráter nacional.
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“[A declaração] foi o fato mais grave desta campanha. Muito se falou do Pablo Marçal, das baixarias, da cadeirada, mas isso que o governador de São Paulo fez foi inadmissível numa eleição, ainda mais em pleno horário de votação”, afirmou Kotscho. “[A fala foi de] uma irresponsabilidade total. [Ele] não apresentou prova nenhuma. Se a eleição estivesse mais acirrada, isso poderia levar até à anulação do pleito.”
Tarcísio deu a declaração em questão no Colégio Miguel de Cervantes, na zona sul, logo depois de votar. Ele afirmou que “houve interceptação de conversas e de orientações que eram emanadas de presídios de uma facção criminosa orientando determinadas pessoas de determinadas áreas a votarem em determinados candidatos.”
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O governador foi então questionado por um jornalista sobre qual era o candidato indicado pelo PCC em São Paulo, ao que respondeu: “Boulos”. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) disse que não recebeu nenhum relatório de inteligência nem nenhuma informação oficial sobre esse caso específico.
Boulos soube da declaração de Tarcísio ao sair do colégio Objetivo, na avenida Paulista, onde foi acompanhar a avó, Dona Cida, na votação. Nas redes sociais, afirmou que a declaração do governador é “irresponsável” e “mentirosa” e a qualificou de “laudo falso do segundo turno”, em referência ao documento falso divulgado por Pablo Marçal (PRTB) que o associava ao uso de cocaína. Na tarde de domingo (27), a campanha do psolista entrou com uma ação na Justiça Eleitoral contra o governador.
Tarcísio se consagrou como o grande vencedor dessa eleição, pois foi o cabo eleitoral do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que ganhou a eleição com ampla vantagem em relação a Boulos, com 59,35% dos votos. Apesar disso, para Kotscho, Tarcísio botou tudo a perder depois da declaração, e deve ser julgado exemplarmente pelo crime que cometeu. Juristas acreditam que, no limite, ele pode ser declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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