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Brasil

O QUE ESPERAR?

Quais os possíveis impactos da eleição de Donald Trump para o Brasil?

Novo governo republicano deverá ser baseado em medidas econômicas protecionistas, fortalecimento da direita e descaso com as mudanças climáticas

por Camilla Lucena* em 07/11/24 22:26

Bandeiras do Brasil e do Estados Unidos | Foto: Gustavo Magalhães/MRE

O republicano Donald Trump venceu a democrata Kamala Harris nas urnas e foi eleito presidente dos Estados Unidos na manhã de quarta-feira (6). A vitória dele foi cravada logo pela manhã, quando conquistou o apoio de 276 delegados — o mínimo necessário são 270. Diante do resultado, especialistas já começaram a traçar os possíveis efeitos da volta do republicano ao poder sobre o Brasil, em especial os impactos econômico, geopolítico e diplomático entre os países.

Entre as propostas de campanha de Trump, estão a deportação em massa de imigrantes ilegais, o aumento das tarifas sobre produtos importados. As medidas devem elevar a dívida pública, alimentar a inflação e reduzir a corrente de comércio global.

Políticas protecionistas

Segundo análise realizada e divulgada pela Ágora Assuntos Públicos, a perspectiva de um segundo mandato com políticas mais protecionistas pode impactar as relações comerciais entre o Brasil e os EUA.

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A iminente adoção de tarifas de importação mais elevadas sugere riscos para alguns setores brasileiros exportadores, em especial os que dependem da competitividade do mercado americano. Isso se deve ao fato de que as barreiras tarifárias devem limitar as vendas para os EUA. As taxações também pressionam a alta do dólar, favorecendo os produtores de commodities que recebem na moeda americana.

A expectativa de uma política econômica mais rígida por parte dos EUA, combinada a uma inflação global possivelmente ascendente, pode levar o Federal Reserve a adotar uma postura de elevação nas taxas de juros, causando uma provável desvalorização do real. Por isso, a recente vitória de Trump exige do governo brasileiro mais compromisso com a responsabilidade orçamentária.

Geopolítica e dinâmica da América Latina

Desde o início do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta restabelecer a posição de liderança do Brasil na América Latina. Agora, com a reeleição de Trump, Lula enfrentará novos desafios para se reafirmar como uma referência progressista e consolidar uma coalização regional.

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Com o impulsionamento de pautas conservadoras nos Estados Unidos, a extrema direita do Brasil espera aumento na pressão para anistiar envolvidos no 8 de janeiro e reverter a decisão que tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível.

Conflito de interesses institucionais

Enquanto as instituições brasileiras têm se colocado de forma assertiva no enfrentamento de questões ligadas à desinformação e à regulação de plataformas digitais, a vitória de Trump encoraja figuras conservadoras e setores empresariais que contestam os sistemas jurídicos e regulatórios. Apoiado pelo bilionário sul-africano Elon Musk, o presidente eleito chegou a afirmar que vai “proteger a liberdade de expressão online”.

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Esse ponto de divergência entre os países pode se tornar mais um ponto de fricção entre a autoridade e soberania brasileira e figuras influentes do empresariado americano, que terão um papel fundamental no suporte à nova gestão trumpista.

Mudanças climáticas

A agenda de Trump destinada a estimular o uso de fontes de energia não renováveis representa um novo obstáculo aos interesses ambientais e energéticos do governo brasileiro.

De acordo com a análise da Ágora, o Brasil vem trabalhando para alavancar sua vantagem competitiva em relação às energias renováveis e reforçar seu papel nas discussões globais sobre meio ambiente e sustentabilidade. Entretanto, “com a volta de Trump à Casa Branca, é provável que o espaço para cooperação internacional em torno dessas pautas diminua”.

Assista abaixo ao Segunda Chamada de quarta-feira (6):

*Sob supervisão de Sofia Pilagallo

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