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SEGUNDA CHAMADA

Justiça precisa julgar também outros crimes ligados ao caso Marielle, diz jornalista

Delitos incluem grilagem de terras na Baixada de Jacarepaguá e obstrução de Justiça por parte de policiais que participaram da investigação

por Sofia Pilagallo em 19/06/24 15:16

Afonso Marangoni, Paulo Cappelli, Chico Otávio e Cláudio Couto | Foto: Reprodução/MyNews

Afonso Marangoni, Paulo Cappelli, Claudio Couto e Chico Otávio no Segunda Chamada de segunda-feira (18)A justiça precisa julgar também outros crimes ligados ao assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes para passar a história a limpo. Foi o que afirmou o jornalista Chico Otávio, um dos autores do livro “Mataram Marielle”, durante o Segunda Chamada de segunda-feira (18). Esses crimes incluem, por exemplo, a grilagem de terras na Baixada de Jacarepaguá — com a conivência de políticos, funcionários de cartórios e servidores públicos no Rio de Janeiro — e obstrução de Justiça por parte de policiais que, em um primeiro momento, investigaram o caso na delegacia de homicídios da capital.

“Não existe mais investigação [em relação aos assassinatos]. O caso está concluído. O que eu acho, e insisto em dizer, é: o que existe daqui para frente, para além da ação penal, são esses outros inquéritos sugeridos pela Polícia Federal que, na minha opinião, são necessários para que realmente se passe essa história a limpo”, disse Chico Otávio.

Leia mais: Acusado de ser espião no PSOL pode revelar novos motivos para as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes

“E espero que esses julgamentos sejam mais ágeis do que os dos executores. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz foram presos em março de 2019. Mas até hoje, por manobras da defesa e outros acidentes processuais, ainda não foram julgados”, acrescenta.

O jornalista Paulo Cappelli, do portal Metrópoles, e o cientista político Claudio Couto, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), também participaram da discussão no Segunda Chamada. Ambos acreditam que o caso, que agora será julgado no Supremo Tribunal Federal (STF), caminha para a condenação dos réus.

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Para Couto, as próprias declarações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, em que ele diz haver um cabedal de provas apresentado junto ao processo, dão embasamento para que haja esse desfecho do caso. O próprio histórico das investigações apresenta indícios que pesam contra os acusados. “O aparecimento dos Brasão desde o começo desse processo, a tentativa de obstruir as investigações, de jogar a investigação para uma outra direção, tudo isso são indícios que apontam na direção deles.”

No entendimento da bancada, há dois caminhos possíveis para o desenrolar desse julgamento: ele ser realizado pelos próprios ministros do STF — o que seria atípico, por se tratar de um homicídio — ou pelo Tribunal do Júri, em que sete pessoas com sete profissões e culturas diferentes, escolhidas por sorteio, analisam cada um dos réus e suas respectivas participações no crime. No primeiro caso, a chance de condenação é muito grande, avalia Cappelli. Já no segundo, é difícil prever um resultado. Apesar disso, a comoção popular com o caso Marielle é um fator que deve ser levado em consideração para chegar a um veredito.

Assista ao Segunda Chamada de segunda-feira:

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