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Cientista político analisa as origens do enfrentamento entre Ciro e Lula

O cientista político Eduardo Grin conta a história da escalada da dificuldade deste relacionamento entre os dois candidatos e que está por trás do rompimento da aliança histórica do PT e PDT no Ceará

por da Redação em 30/07/22 16:04

De onde vem as dificuldades para uma aliança entre Ciro Gomes e Luís Inácio Lula da Silva nesta corrida presidencial? O cientista político Eduardo Grin, que esteve no Almoço do MyNews na quinta-feira, conversou com a jornalista Myriam Clark sobre as origens da briga entre Lula e Ciro e suas perspectivas para o desfecho da eleição à presidência este ano. A briga entre Lula e Ciro, diz Grin, começa em 2014 quando o PT inviabiliza a candidatura de Ciro ao Senado. A briga entre Lula e Ciro inclusive está por trás do rompimento de uma aliança história do PT e PDT no Ceará.

“Em 2014 é importante lembrar que Ciro tinha uma perspectiva de vir a ser candidato ao Senado pelo Estado de São Paulo e um conjunto de fatores, a época liderado pelo PT, fez com que a sua candidatura não vingasse”, conta Grin. Já em 2018 é uma história de dois lados. Como conta Grin, a briga de Lula e Ciro tem como de fundo a promessa de Lula que ele Ciro seria o candidato tendo alguém do PT como seu vice, que poderia ser o candidato Fernando Haddad. A história contada pelo PT é que Lula nunca prometeu isso.

“Então isso acabou gerando um processo de muito desgaste”, diz Grin. Esse processo anterior foi criando muita dificuldade no relacionamento político entre Ciro e o PT, mais particularmente entre Ciro e o ex-presidente Lula, o que culminou em 2018 com o lançamento de duas candidaturas presidenciais, o de Ciro Gomes pelo PDT e a candidatura do Fernando Haddad pelo PT.

Ciro não foi para o segundo turno e todo o esforço feito por Lula e pelo Fernando Haddad para que recebesse o apoio de Ciro acabou não se concretizando. Ciro deu uma declaração de que não iria se posicionar no segundo turno. “A partir daquele momento Ciro passou a eleger o ex-presidente Lula como um alvo predileto da sua disputa política”, diz Grin.  Ciro seguiu fazendo isso numa escalada que foi aumentando cada vez mais o nível de enfrentamento. “Com essa perspectiva de que o PT é grande culpado de Bolsonaro estar no poder dado o desastre econômico do governo Dilma Roussef”, diz Grin.

Segundo Grin, Ciro acusa o PT de representar práticas políticas autoritárias. Em suma, Grin diz que “Ciro vem buscando demarcar um campo político junto ao PT e esse processo todo culmina então durante a eleição desse ano com essa enorme dificuldade política de aproximar PT e PDT”

Neste enfrentamento feito com a candidatura Lula, Ciro tem a intenção de demarcar uma diferença política e ideológica. “Nós podemos nesse caso inserir dentro do rompimento da aliança entre PDT e PT no Ceará”. Essa aliança,  explica Grin, perdurou durante 16 anos. Mas Ciro vetou a candidatura da atual governadora, Izolda Cela, que era vice-governadora eleita na chapa do então governador Camilo Santana, colocando o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, para concorrer a sua própria candidatura dentro do PDT. Por que isso? “Porque Ciro tinha temor de que a governadora poderia vir apoiar, Lula, poderia vir apoiar o governador Camilo Santana, portanto um projeto político que não lhe interessa”, diz Grin.

Você pode ver a entrevista completa no vídeo abaixo

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