Para abafar o caso, dirigente teria oferecido acordo de R$ 12 milhões à funcionária da entidade
por Sara Goldschmidt em 07/06/21 17:35
Deu ruim para Rogério Caboclo. Acusado de assédio moral e sexual por uma funcionária da Confederação Brasileira de Futebol, o dirigente foi afastado da presidência da entidade por 30 dias, em decisão do Comitê de Ética da CBF, divulgada neste domingo (6).
O caso veio à tona após uma reportagem do Globoesporte e, desde então, Caboclo passou a ser criticado inclusive por patrocinadores da seleção brasileira. Enquanto a acusação de assédio não havia sido formalizada, ele costurou apoio para a realização da Copa América no Brasil, e encontrou no presidente Jair Bolsonaro (sem partido) um aliado. Só não teve respaldo do técnico Tite e dos jogadores da seleção, que se manifestaram publicamente contrários ao torneio, chegando a dizer que não jogariam, mas voltaram atrás e confirmaram a participação na manhã desta segunda-feira (7).
Também antes da denúncia formal da funcionária da CBF – secretária de Rogério Caboclo -, a defesa do cartola teria tentado abafar o caso, oferecendo um acordo no valor de R$ 12 milhões para ela não divulgar as gravações e negar tudo, mas ela recusou a proposta. As informações foram divulgadas neste domingo (6) no programa Fantástico, da Rede Globo.
Nos áudios gravados pela secretária e divulgados em rede nacional, ouve-se Caboclo perguntando diversas vezes sobre a vida pessoal da funcionária, oferecendo bebida alcoólica, e sendo questionada: “Você se masturba?”. O dirigente fala de sua vida conjugal e quer saber se a funcionária mantém relação íntima com outros colegas da CBF. Segundo o Fantástico, os áudios foram verificados por um perito, que garantiu não ter havido edição e que a voz é mesmo do dirigente.
Além do material fonográfico juntado pela funcionária, ela também alega que Rogério Caboclo a chamou de “cadela” durante uma jornada de trabalho na casa dele, e tentou forçá-la a comer um biscoito de cachorro. Afirma ainda que, durante todas essas condutas, Caboclo estava embriagado e que ele a orientava a esconder garrafas de bebida na entidade, para que pudesse consumir durante o expediente.
A vítima havia narrado todas estas situações a superiores hierárquicos anteriormente, mas nenhuma providência foi tomada. Ela, então, apresentou denúncia ao Comitê de Ética do Futebol Brasileiro e à Diretoria de Governança e Conformidade, e pediu afastamento do cargo por motivo de saúde. No documento que embasa a denúncia, a funcionária pede que Caboclo seja investigado e posteriormente punido pela legislação brasileira e que ela retome as suas funções como secretária da entidade, no Rio.
Rogério Caboclo nega todas as acusações. Quem assume o lugar dele interinamente é o coronel da reserva da Polícia Militar do Pará, Antônio Carlos Nunes – ele tem 82 anos e é o vice mais velho entre os oito que a CBF possui em seu quadro.
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