Senadores apresentaram fotos de redes sociais e colocaram Amilton Gomes em saia justa durante sessão da CPI
por Hermínio Bernardo em 03/08/21 20:09
O reverendo Amilton Gomes de Paula disse à CPI da Pandemia que não conhece ninguém do governo federal. Ele intermediou o encontro entre a empresa Davati e representantes do governo federal para a compra de 400 milhões de doses de vacinas contra o covid-19.
O reverendo é fundador de uma organização não-governamental chamada Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), sediada em Águas Claras (DF). Ele levou o policial militar Luiz Dominguetti para tratar da compra de vacinas com representantes do Ministério da Saúde. Dominguetti denunciou o ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, Roberto Dias, por cobrar propina de US$ 1 por dose de vacina para fechar o negócio.
Durante depoimento à CPI, na tarde desta terça (3), apesar afirmar que desconhece integrantes do governo, o reverendo Amilton Gomes foi confrontado por fotos das redes sociais, apresentadas pelos senadores, em que está ao lado da ministra Damares Alves (Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) e de filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Amilton também confirmou que era filiado do PSL, ex-partido de Jair Bolsonaro.
Questionado se queria fazer um mea culpa, o reverendo começou a chorar durante o depoimento e pediu desculpas ao Brasil. “Tenho culpa, sim. Hoje de madrugada, antes de vir pra cá, eu dobrei os meus joelhos e orei. Peço desculpa ao Brasil”, disse Amilton Gomes.
Apesar do pedido de desculpas, ele não especificou quais erros teria cometido e não citou nomes. O depoimento foi marcado por contradições que foram expostas pelos senadores e por mudança de respostas de Amilton Gomes.
Gomes confirmou ainda que a entidade dele receberia uma doação da Davati pelo negócio. O reverendo não revelou qual seria o valor a ser recebido caso a venda das 400 milhões de doses de vacinas se concretizasse.
Antes do depoimento, a CPI aprovou vários requerimentos, entre eles um pedido à Justiça de afastamento da secretária de gestão do trabalho e da educação na saúde, Mayra Pinheiro. A CPI aprovou também a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do deputado Ricardo Barros que é líder do governo na Câmara.
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