Atos golpistas em Brasília: PF cumpre mandados de busca e apreensão contra envolvidos em manifestações antidemocráticas

Atos golpistas em Brasília: PF cumpre mandados de busca e apreensão contra envolvidos em manifestações antidemocráticas


Prisões estão sendo feitas em sete estados e com quebra de sigilo bancário foram autorizados bloqueios de contas de empresários ligados a atos antidemocráticos em Brasília na segunda-feira (12).

 

Desde o dia 30 de outubro, após o resultado oficial do segundo turno das eleições, se iniciaram essas manifestações pedindo pela anulação dos votos, com bloqueios de estradas clamando por intervenção militar, e ainda seguem na frente dos quarteis exigindo a tomada das forças armadas, contrários à própria instituição.

 

No MyNews desta quinta-feira (15), Marcelo Rubens Paiva, escritor do famoso livro “Feliz Ano Velho” cujo pai foi preso, torturado e assassinado pela ditadura militar, comenta a decisão de Alexandre de Moraes em relação aos atos contra a democracia:

 

“O Alexandre é um ministro que vem se mostrando muito determinado em defender o processo eleitoral brasileiro. Sempre exemplar, nunca houveram problemas ou questionamentos e passou a ser atacado por bolsonaristas quase diariamente ao final das eleições, como prova de um grupo que não aceitou a derrota que de toda maneira achou formas de contestar.”

 

E completa falando sobre a visão deturpada e errônea que esses grupos possuem do regime militar:

Repressão policial durante manifestação estudantil contra a Ditadura Militar em 21 de junho de 1968. Foto: Reprodução (Arquivo Nacional)

 

“Militares não salvaram nenhuma democracia. O Ato Institucional n°1 caçou intelectuais, economistas, músicos e jornalistas. Tomaram a posse em 64 e cancelaram as eleições estaduais e para presidente, instituíram a censura na imprensa e nas escolas. Em 68 foi declarado o Ato Institucional n°5 onde foram perseguidos e expulsos inúmeras pessoas, cidadãos perderam o direito de se manifestar. De 1964 até 1985, não havia o direito de escolher seu presidente, seu prefeito ou seu governador. Isso é uma democracia? Tenho minhas discordâncias.”, diz Rubens Paiva.

 

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