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Áudio de rachadinha afeta a bandeira de “moralidade” de Bolsonaro , diz cientista político

Antonio Lavareda avalia que gravação divulgada pelo UOL pode respingar nas eleições de 2022

por Luciana Tortorello em 06/07/21 10:49

Para Antonio Lavareda, cientista político e especialista em eleições e comunicação institucional, o conteúdo do áudio revelado pelo UOL toca em uma das colunas dorsais da imagem de Jair Bolsonaro (sem partido): a moralidade. Em entrevista ao MyNews, ele analisa os possíveis impactos desse episódio nas eleições de 2022.

Planalto tem se furtado a enviar as informações solicitadas pela CPI da Pandemia, inclusive pelo gabinete pessoal de Bolsonaro.
Áudios apontam envolvimento do presidente Jair Bolsonaro em caso das “rachadinhas”. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom (Ag. Brasil).

Do ponto de vista legal, o atual presidente não pode ser afastado, a legislação preserva o mandato, porque os fatos aconteceram antes dele tomar posse, em 2019. O processo fica reservado e quando Bolsonaro tiver terminado seu mandato na Presidência da República, o processo terá continuidade normal e a responsabilidade será apurada, diz Lavareda.

“Mas nós estamos falando do capítulo legal. O que importa do ponto de vista político é a consequência, as consequências que isso já têm no momento, a partir do vazamento dessa denúncia, porque era uma gravação que estava de posse do Ministério Público e isso afeta a imagem do presidente, porque toca numa daquelas colunas dorsais da sua imagem, que é a questão da moralidade”, avalia.

O cientista político afirma que tudo que esbarrar e acabar influenciando na avaliação de Bolsonaro daqui até a eleição vai afetar o desempenho dele nas urnas. Ele comenta que um bom termômetro para isso é avaliar os números de avaliação positiva e negativa do desempenho dele no governo e não as pesquisas de intenção de voto que têm sido publicadas.

“Olha, o que pesa em uma eleição presidencial no Brasil e no mundo é a situação da economia, as pessoas no ano da eleição olham para trás e percebem se a economia está melhorando ou está piorando sob o comando daquele presidente. Em segundo lugar e numa forma mais geral a popularidade do presidente, se o presidente tem uma aprovação superior a 45%, estou falando de aprovação numa medida dicotômica, aprova versus desaprova, ele tem chance de se reeleger, é assim que ocorre no mundo”, explica o especialista em eleições.

Além desses pontos, segundo Lavareda, ainda temos uma avaliação a levar em consideração, o desempenho no enfrentamento à pandemia. “Na questão da pandemia a reprovação ainda é mais contundente, a maioria dos brasileiros diz que o presidente deixou de cumprir o seu papel, o Governo Federal não teve um papel de coordenação de apoio, de articulação de informação aos estados aos municípios e sobretudo a população e a sociedade, então você mais uma dificuldade adicional, a CPI instaurada que se transformou numa autêntica usina de más notícias, nos dias de funcionamento da comissão parlamentar, a eclosão de uma série novas informações a maioria das quais bastante negativa para o governo”.

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