Discurso acontece um dia após o TSE abrir inquérito para apurar acusações de fraudes nas urnas e pedir para o STF investigar Bolsonaro
por Sara Goldschmidt em 09/09/21 11:29
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a atacar o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, na manhã desta terça-feira (03). Um dia após o TSE ter aberto um inquérito administrativo para investigar as acusações de Bolsonaro contra o sistema eleitoral, e de pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente seja incluído no inquérito das fake news, o chefe do Executivo acusou Barroso de prestar um “desserviço à nação brasileira”.
O discurso de Bolsonaro aconteceu em frente ao Palácio da Alvorada, em conversa com apoiadores. “O ministro Barroso presta desserviço à nação brasileira, cooptando agora gente de dentro do Supremo, né, querendo trazer para si, ou de dentro do TSE, como se fosse uma briga minha contra o TSE ou contra o STF. Não é. É contra ministro do Supremo que é também presidente do TSE querendo impor a sua vontade”, disse ele.
O presidente também falou que não vai aceitar “intimidações”, e ameaçou novamente a realização das eleições de 2022. “Jurei dar minha vida pela pátria. Não aceitarei intimidações. Vou continuar exercendo meu direito de cidadão de criticar, ouvir, e atender acima de tudo a vontade popular”, ressaltou. Segundo Bolsonaro, a “vontade popular” perpassa pelo voto impresso, e se houver necessidade de convocar o povo para ir às ruas, ele disse que irá fazê-lo “para darmos o último recado para aqueles que ousam açoitar a democracia.” […] “Repito, o último recado para que eles entendam o que está acontecendo, passem a ouvir o povo”, acrescentou.
Jair Bolsonaro voltou a citar o ex-presidente Lula durante o seu discurso, dizendo que há um complô para elegê-lo no próximo pleito, através de eleições fraudadas.
Nesta segunda-feira (02), em seu discurso de abertura dos trabalhos do segundo semestre do TSE, Luís Roberto Barroso criticou as ameaças antidemocráticas, as mentiras de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral, e defendeu a segurança das urnas eletrônicas.
o ministro classificou a live em que o presidente prometia provar a fraude nas urnas como “amadorística” e disse que o TSE continuará a desmentir inverdades independentemente de quem as propague. Barroso falou ainda que o voto impresso defendido por Bolsonaro facilitará a ocorrência de fraudes, e não o contrário, como o presidente costuma afirmar. “Já superamos ciclos do atraso institucional, mas há retardatários que gostariam de voltar ao passado. E parte dessa estratégia inclui ataque às instituições”, contextualizou.
Mais cedo, na sessão que marca a retomada dos trabalhos da Corte, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, afirmou que “a harmonia e a independência entre os poderes não implicam impunidade de atos” que extrapolem o respeito às instituições. E acrescentou que “embora diuturnamente vigilantes para com a democracia e as instituições do país, os juízes precisam vislumbrar o momento adequado para erguer a voz diante de eventuais ameaças”.
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