CPI aprova convocação de Luciano Hang e de advogada da Prevent Senior Por defesa do “kit covid”

CPI aprova convocação de Luciano Hang e de advogada da Prevent Senior


A mesa diretora da CPI da Pandemia marcou na manhã desta quinta-feira (23) a convocação para prestação de depoimento do empresário Luciano Hang, dono da rede Havan. A intimação já havia sido aprovada no mês de junho, mas sem uma data definida. A comissão aprovou ainda a presença de Bruna Morato, advogada da empresa de saúde Prevent Senior.

Empresário Luciano Hang durante atos pró-governo em 7 de setembro.
Empresário Luciano Hang durante atos pró-governo em 7 de setembro. Foto: Reprodução (Redes Sociais)

Na sessão desta quarta (22), após revelações sobre a Prevent alterar prontuários médicos para omitir a informação de morte por covid-19, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu que Hang fosse convocado o quanto antes.

O executivo é um dos maiores aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), e franco defensor do denominado tratamento precoce. A CPI visa, então, aprofundar as investigações acerca do envolvimento do executivo em esquemas de disseminação de informações falsas, especialmente aquelas que tratam de procedimentos ineficazes contra o coronavírus.

Na quarta-feira (22), Hang foi citado na Comissão devido, justamente, às apurações sobre a Prevent Senior. A mãe do empresário, Regina Hang, falecida em fevereiro após complicações decorrentes da covid, era beneficiária do plano de saúde. Em reportagem, a TV Globo mostrou que a empresa ocultou a causa da morte de Regina no atestado de óbito.

Afeta pelo vírus, a mãe de Hang foi internada no Hospital Sancta Maggiore, pertencente à rede Prevent Senior, e medicada com o “kit covid”, composto por remédios comprovadamente ineficientes.

Caso Prevent Senior

A Prevent Senior vem sendo investigada pela CPI por omissão de óbitos de pacientes em um estudo encoberto conduzido pela empresa na tentativa de atestar a eficácia dos medicamentos que compõe o tratamento precoce.

A Comissão recebeu um dossiê elaborado por médicos e ex-médicos da Prevent listando uma série de denúncias de irregularidades. O documento expõe, por exemplo, a disseminação de remédios sem eficácia por intermédio de um acordo entre o governo Bolsonaro e a empresa. Segundo o dossiê, o estudo que omitiu os óbitos foi um dos desdobramentos dessa tratativa.

Em seu depoimento aos senadores, Pedro Benedito, diretor-executivo da empresa, negou que a Prevent tenha ocultado os participantes que morreram de covid e receberam o kit. Entretanto, admitiu que a companhia orientou médicos a modificarem, após algumas semanas de internação, o código de diagnóstico (CID) dos pacientes que deram entrada contaminados pelo vírus, pois, segundo justificou, depois de 14 ou 21 dias os enfermos não transmitem mais a doença.

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