O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados defendem que a CPI da Pandemia amplie seu escopo para investigar, além das ações do Governo Federal, também as medidas tomadas para estados e municípios. Na avaliação do cientista político e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Cláudio Couto, a manobra tem como objetivo “fragilizar” o colegiado.
Nesta terça-feira (13), o presidente do do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), leu o requerimento de abertura da CPI. Agora, está autorizado formalmente a formação do colegiado que foi instaurado após decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso.
“Na pandemia, a gente tem já 360 mil pessoas mortas no país. Há evidências muito claras de incúria do governo federal naquilo que diz respeito à condução da política sanitária durante a pandemia. Inclusive o incentivo por parte do presidente a comportamentos que não são adequados. Acho que tudo isso vai dando a importância que tem uma CPI no nível federal para investigar o governo federal”, afirma Couto ao MyNews.
De acordo com o professor da FGV, estados devem ser fiscalizados pelas respectivas assembleias legislativas e os municípios por suas Câmara de Vereadores locais, de modo que é descabido a campanha do Governo Federal pela ampliação do escopo da CPI.
“Se for investigar tudo, realmente não vai investigar nada. Pelo o que parece, é justamente essa a intenção do governo federal”, afirma.