Ímpetos autoritários de Bolsonaro “não vão cessar”, avalia Marina Silva

Diante da pandemia, do negacionismo e das tensões institucionais deflagradas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) com as Forças Armadas, o Brasil vive a “maior crise de sua história”. Essa é a avaliação da fundadora da Rede Sustentabilidade, Marina Silva.

Em entrevista ao Dinheiro Na Conta, a ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente avaliou a confluência das crises sanitária, econômica e política no Brasil e comentou também a postura do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que defendeu a “celebração” do golpe de 1964.

Para Marina Silva, é “lamentável” a fala do ministro da Defesa. “Essa situação pela qual estamos passando acontece porque temos um presidente que é historicamente conhecido como alguém que defende a Ditadura. Ele é golpista e cria o tempo todo instabilidade”, afirma.

Sobre a demissão coletiva dos três comandantes das Forças Armadas nesta terça-feira (29), Marina entende que, apesar da tentativa de demonstração de força do presidente Jair Bolsonaro sobre as Forças Armadas, houve um processo de desautorização “das forças democráticas e do Congresso”. Para ela, alas das Forças Armadas têm demonstrado que “não está na lógica golpista do presidente Jair Bolsonaro”. “Eu espero que continue assim”, acrescenta.

Segundo Marina, diante dos ímpetos autoritários de Bolsonaro, a resposta das instituições democráticas foi de resistência. “As instituições brasileiras estão resistindo fortemente. Obviamente que esse processo constante de tentativa e erro do presidente não vai cessar e aí obviamente a vigilância tem que ser maior – por parte do Congresso, por parte do Judiciário, por parte da sociedade e das forças nacionais”.