Política

DE OLHO EM 2022

Irmãos Bolsonaro articulam estratégia digital para recuperar popularidade do presidente

Com queda do engajamento nas redes bolsonaristas desde o fim de 2020, filhos de Jair Bolsonaro buscam empresa estrangeira para promover disparos em massa

por Sara Goldschmidt em 20/09/21 12:36

De olho nas eleições de 2022, o vereador do Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (Republicanos), e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filhos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), já articulam uma nova estratégia digital para recuperar a popularidade do chefe do Executivo, em queda contínua desde o início deste ano. Segundo reportagem publicada pelo portal ‘UOL’ neste domingo (19), o plano dos irmãos é contratar uma empresa estrangeira para promover disparos em massa nas redes sociais, e assim retomar o engajamento dos bolsonaristas em aplicativos como o Whatsapp e o Telegram.

A estratégia se assemelha à utilizada nas eleições de 2018, mas precisou ser readaptada para burlar a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que têm procurado combater a disseminação de notícias falsas, inclusive com a abertura de inquéritos de ofício – o das fake news, por exemplo.

Irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro
Irmãos Carlos e Eduardo Bolsonaro. Foto: Reprodução (Redes Sociais)

Na divisão das tarefas, o filho “zero três” do presidente, Eduardo Bolsonaro, está com a missão de encontrar esta empresa de disparos em massa; já Carlos, o filho “zero dois”, trabalha para “estancar a sangria” e impulsionar a produção de conteúdos no Brasil.

Steve Bannon, marqueteiro norte-americano que ajudou a eleger Donald Trump, estaria auxiliando a família Bolsonaro. Dias antes dos atos do 7 de setembro, Bannon esteve com Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. Lembrando que o marqueteiro foi pivô em um escândalo envolvendo a empresa de dados Cambridge Analytica, que fechou as portas em 2018 após ser acusada de obter, de forma irregular, informações pessoais de milhões de usuários do Facebook.

A retomada do modelo adotado em 2018 fará com que Carlos reinstale um “bunker” no Brasil, para a produção dos conteúdos a serem divulgados pelos bolsonaristas. O local funcionaria como um espaço de “presença digital” da nova campanha para as eleições de 2022, onde as notícias seriam criadas antes de irem para o exterior.

Ainda não há a informação de quem seria o responsável e qual meio seria utilizado para exportar o conteúdo produzido. Durante as últimas eleições, as reuniões e coordenação da comunicação da campanha aconteciam na casa do empresário Paulo Marinho, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro. Hoje, Marinho, que é ex-presidente do PSDB no Rio de Janeiro, virou desafeto da família, e outro espaço será encontrado.

Jair Bolsonaro insiste na alteração do Marco Civil da Internet

Enquanto os filhos trabalham na estratégia de recuperação da popularidade de Jair Bolsonaro, o presidente caminha ao lado, insistindo na alteração do Marco Civil da Internet. Após a devolução ao governo, pelo senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), da Medida Provisória (MP) que limitava a remoção de conteúdos de redes sociais no Brasil, Bolsonaro enviou neste domingo (19) ao Congresso um Projeto de Lei (PL) que regulamenta a remoção de conteúdos nas plataformas.

Segundo a Assessoria Especial de Comunicação Social da Secretaria-Geral da Presidência da República, o PL visa “explicitar os direitos e as garantias dos usuários de redes sociais e prever regras relacionadas à moderação de conteúdo pelos respectivos provedores de redes sociais”. E ainda: que “a medida vem ao encontro das regras para uso de internet no Brasil previstas no Marco Civil da Internet, especialmente quanto à observância dos princípios da liberdade de expressão, de comunicação e manifestação de pensamento, previstos na Constituição Federal, de forma a garantir que as relações entre usuários e provedores de redes sociais ocorram em um contexto marcado pela segurança jurídica e pelo respeito aos direitos fundamentais”. O texto agora será analisado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.

Na MP que foi recusada pelo Congresso na semana passada, empresas como Twitter, Instagram e Facebook teriam obstáculos para tirar do ar ameaças ao regime democrático e notícias falsas sobre urnas eletrônicas e covid-19, constantemente difundidas por grupos bolsonaristas.

Íntegra do programa ‘Café do MyNews’ desta segunda-feira (20), que abordou a estratégia dos irmãos Bolsonaro visando a eleição de 2022

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