Jornalismo Independente
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, é defendido pela bancada de seu partido na Câmara no escãndalo do INSS |Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
CRISE NA PREVIDÊNCIA
Mário Heringer disse ao MyNews que governo quer “tapar o sol com a peneira” e a demissão do ministro pode abrir crise com o PDT, antigo aliado de Lula
O PDT, partido do ministro Carlos Lupi, da Previdência, decidiu brigar por sua manutenção no cargo e acusa o governo do presidente Lula de querer exonerá-lo para tentar estancar a crise que atingiu o INSS. O líder do PDT na Câmara, o deputado Mário Heringer (MG), afirmou que o governo quer “tapar o sol com a peneira” ao tentar fritar Lupi e disse que o Planalto tentar transformá-lo em “boi de piranha”. Ele falou com o Canal MyNews.
“Tem uma pressão grande, principalmente dentro do governo para tirá-lo do cargo. Não percebo essa oposição tão forte na oposição. A oposição quer bater no governo, mas no Lupi é próprio governo, que tenta tapar o sol com a peneira. Em vez de assumir que foi nesse mandato que as coisas começaram a ser apuradas, não. Os outros não fizeram apuração. Querem entregá-lo (Lupi) como boi de piranha”, disse Mário Heringer ao MyNews.
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O PDT é um antigo aliado do PT. O líder pedetista afirmou que, no seu entendimento, o governo do PT quer repetir algo que ocorreu a Lupi, em 2011, na época da presidente Dilma Rousseff, quando era ministro do Trabalho e foi acusado de envolvimento de esquema de desvio de aposentadoria e pensão. Acabou entregando o cargo.
“Já fizeram isso com ele em 2011, quando foi acusado de corrupção e, depois, nem processo respondeu, não foi denunciado. Depois, não adianta. Ficou estigmatizado. E não está disposto a carregar de novo essa pecha. A situação é muito desconfortável porque essa pressão (de demissão) vem de dentro do governo”, continuou o líder pedetista.
Crime continuado
Para Heringer, o governo quer “partir o Lupi no meio”, em vez de vir à sua própria defesa.
“O governo tem defesa para fazer. Esse é um crime continuado. Começou há muitos anos atrás. E continuava atualmente, até quando começaram as investigações. É um trilhão de reais e tem gente de olho para pegar esse dinheiro. Vai sempre ter possibilidade de corrupção. Tira um ministro e acha que resolveu tudo, mas não resolveu absolutamente nada. Não queremos sacrificar um dos nossos em nome de medida supostamente saneadora”, afirmou o deputado.
