Lula é de centro e deve buscar nome “empresarial” para vice, diz Jaques Wagner

Se a eleição de 2018 foi marcada pelo antipetismo, o próximo pleito deverá ser atravessado pela rejeição ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Essa é a avaliação de Jacques Wagner, senador pelo PT e nome próximo do ex-presidente Lula. Em entrevista ao Valor Econômico, o político falou sobre os planos do Partido dos Trabalhadores.

“O PT foi muito estigmatizado em 2018, pela cabeça das pessoas passou que preferiam um doido, um inesperado, do que aquilo que lhes parecia um mar de coisas erradas. Hoje pelo resultado da experiência com o atual presidente vai acontecer exatamente o contrário”, afirma Wagner.

Ex-governador da Bahia, Wagner acredita não haverá espaço para uma terceira via em 2022. Sobre Lula, o petista destaca que o ex-presidente “está preocupado com as bancadas de apoio a ele na Câmara e no Senado” e está fazendo “costuras para ver as possibilidades”.

Wagner também afirma que é injusto contrapor Lula a Bolsonaro e que o ex-presidente “já é de centro, ele é de centro-esquerda”. O senador também destaca que o empresário Josué Gomes seria um bom vice de Lula. Gomes é filho de José Alencar, empresário e vice-presidente de Lula entre 2003 e 2010.

“Pra mim sempre será poderoso o binômio operário-empresário que houve em 2002. Já em 2018 eu propus o nome do Josué, mas as coisas aconteceram de outra forma, e hoje ele está trabalhando para ser presidente da Fiesp [Federação das Indústrias de São Paulo]. O Lula inevitavelmente vai buscar uma pessoa que seja complementar: como ele representa o social, vai buscar alguém que represente o empresarial”, afirma Wagner.