Política

Pesquisa Datafolha

Lula fura bolha de Bolsonaro e tem maioria numérica entre evangélicos

Segundo o Datafolha, 35% dos evangélicos votariam em Lula no 1º turno e 34% em Bolsonaro, petista também avança entre empresários

por Juliana Braga em 13/05/21 12:10

A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha guarda mais notícias ruins para o presidente Jair Bolsonaro além da dianteira folgada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas intenções de voto para 2022. O resultado é reflexo não apenas de um desgaste da atual gestão, mas também de uma entrada do petista em eleitores tidos como o núcleo duro do bolsonarismo. Lula já está à frente entre os evangélicos.

Segundo pesquisa Datafolha, Lula venceria o segundo turno contra o atual presidente, Jair Bolsonaro.
Segundo pesquisa Datafolha, Lula venceria o segundo turno contra o atual presidente, Jair Bolsonaro. Foto: Ricardo Stuckert (Agência PT).

Uma análise nos pormenores dos dados mostra que Lula conseguiu a maioria numérica  entre eleitores evangélicos — 35% dessa fatia do eleitorado afirmou votar no petista no primeiro turno. Em seguida aparece Bolsonaro, com 34% e empatados em terceiro e quarto aparecem o ex-juiz Sergio Moro e o apresentador Luciano Huck.

O Datafolha ouviu 2.701 pessoas de forma presencial em 146 municípios entre os dias 11 e 12 de maio. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Em março, o instituto havia perguntado aos brasileiros se Lula deveria concorrer ou não às eleições. Na época, 55% dos evangélicos foram contrários.

Lula conseguiu também um bom naco entre empresários, que, em março, eram majoritariamente contrários à sua candidatura — 72% do total. Agora em maio, 26% já admitem votar no petista, um percentual ainda bem inferior aos 49% que apoiam Bolsonaro. Entre quem ganha entre 5 e 10 salários mínimos, há 26% de intenção de votar no PT e 30% no atual presidente. No levantamento anterior, 62% discordavam da presença do nome de Lula na urna.

Ainda que perguntas diferentes, a comparação entre as duas pesquisas mostra o impacto do avanço da pandemia do coronavírus na avaliação do presidente. Março havia sido o pior mês desde o início da crise, com 66 mil mortos. Iniciamos abril com cerca de 320 mil mortos e encerramos passando da casa dos 400 mil.

Todo o cenário combinado com o início da CPI da Pandemia contribuíram para aumentar o desgaste da atual gestão. O mesmo Instituto Datafolha mostra uma rejeição de 54%, ultrapassando a metade do eleitorado. Em cenários de segundo turno, Bolsonaro aparece numericamente atrás de candidatos que não pontuam sequer 10% no primeiro, como Ciro Gomes (PDT) e João Doria (PSDB).

A campanha ainda não começou e a tendência é que os ataques a Lula se intensifiquem na medida em que as eleições se aproximarem. Bolsonaro pode acabar reduzindo a rejeição com o avanço da vacinação e com um início de retomada na economia. Mas o resultado do levantamento já mostra que se o objetivo com o acirramento do discurso era fortalecer o que o Planalto acreditava ser o seu núcleo duro, a estratégia pode não estar dando certo.

Íntegra do programa ‘Café do MyNews‘ desta quinta-feira (13), que detalhou a última pesquisa Datafolha.

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