Ciro Gomes participou de manifestação no Rio de Janeiro. Ato Fora Bolsonaro acontece à tarde em São Paulo. No Recife, mais de 50 mil foram às ruas protestar
por Juliana Cavalcanti em 02/10/21 19:17
Durante todo o dia acontecem pelo país manifestações que pedem a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e melhores condições de vida para a população brasileira. Esta é a sexta vez desde maio deste ano que a Campanha Nacional pelo Fora Bolsonaro organiza protestos contra o governo.
Além da saída de Bolsonaro, os manifestantes pedem vacina para todas as pessoas e comida no prato. Desta vez, também foi grande a mobilização contra a PEC-32 – que implementa a reforma administrativa do serviço público e que tem previsão de ser votada na Câmara dos Deputados na próxima semana. A expectativa dos organizadores é que os atos sejam os maiores até agora, pois reúnem desta vez 21 partidos e diversas frentes políticas e representações da sociedade civil.
Além dos partidos de esquerda – PT, PSol, PCB, PCdoB, PSB e PDT – também aderiram à manifestação o Cidadania, o PSDB, o MDB, o Podemos e o Novo, além de integrantes do PSL – legenda pela qual Jair Bolsonaro foi eleito em 2018. Também apoiam os protestos de hoje as centrais sindicais, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e os movimentos Frente Brasil Popular, Direitos Já, Frente Povo Sem Medo, Coalizão Negra por Direitos e Acredito.
Pela manhã, os protestos aconteceram no Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Salvador (BA), Maceió (AL), Fortaleza (CE), Teresina (PI), São Luís (MA), João Pessoa (PB), Belém (PA), Boa Vista (RR), Palmas (TO), Goiania (GO) e Campo Grande (MS). À tarde acontecem manifestações em São Paulo (SP), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Vitória (ES), Rio Branco (AC), Manaus (AM), Porto Velho (RO), Natal (RN), Aracaju (SE), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Florianópolis (SC).
O presidenciável pelo PDT Ciro Gomes participou da manifestação no Rio de Janeiro e defendeu que haja pressão para que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) desengavete os pedidos de impeachment que já foram protocolados na Casa. Até agora, mais de 130 pedidos de impeachment de Jair Bolsonaro aguardam tramitação no Congresso Nacional.
Na capital pernambucana, a manifestação dos partidos e movimentos sociais pelo Fora Bolsonaro teve concentração a partir das 9h e iniciou uma passeata às 10h30. Segundo os organizadores, mais de 50 mil pessoas participaram do ato que pediu vacina para todos, o impeachment do presidente Jair Bolsonaro e criticou o combate à pandemia do novo coronavírus e destacou as denúncias de corrupção que estão sendo reveladas pela CPI da Pandemia, no Senado Federal.
O deputado federal Túlio Gadelha (PDT-PE) avaliou que os atos contra o governo Bolsonaro cresceram e já estão presentes em diversos setores da sociedade. Gadelha acredita que mesmo que não haja o impeachment do presidente, a tendência é que Bolsonaro seja derrotado nas urnas em 2022.
“Essa política genocida do governo tem causado mal à população em muitos níveis. É um despertar de consciência que a gente vê. A saída de Bolsonaro vai acontecer de uma forma ou de outra; ou pelo impeachment, ou em 2022, com as eleições. As pesquisas mostram um cenário de polarização, mas nada impede que uma terceira via que cresça nesse processo. A minha defesa é por unir o campo progressista contra Bolsonaro. De construir uma candidatura única das esquerdas, com PDT, PT, PSol, PCdoB, Rede, PV, com todos os partidos do campo progressista, para tirar Bolsonaro e voltar a construir um projeto de país progressista”, disse o deputado federal.
Integrante da coordenação do Comitê Fora Bolsonaro pelo Fórum de Mulheres de Pernambuco e pela ONG Gestos, a antropóloga Josineide Meneses ressaltou que o movimento pelo impeachment vem crescendo. “O desejo da rua precisa se converter em realidade. Dessa vez, com a junção de tantos partidos, entendemos que a expectativa seja maior”, disse, ressaltando que além das pautas conjuntas, o movimento de mulheres também decidiu panfletar pela descriminalização do aborto, com o lema “Nenhuma mulher deve ser maltratada, humilhada, ou morrer por abortar”. Além do Recife, aconteceram manifestações em diversas cidades do interior, como Araripina, Caruaru, Garanhuns, Belo Jardim, Petrolina, Igarassu, Arcoverde e Serra Talhada.
O vereador do Recife Ivan Moraes Filho (PSol) ressaltou que “cada vez mais gente, mais partidos e mais pessoas entendem que precisamos abreviar esse governo o máximo possível”. “Não vi o movimento Fora Bolsonaro regredir, só aumentar. É preciso tirar Bolsonaro do poder o mais brevemente possível, ou no mínimo fazer com que chegue enfraquecido à próxima eleição. A mesa está virando. Temos segurança de dizer que o bolsonarismo está com os dias contados”, analisou.
O escritor Marcelo Mário de Melo – ex-preso político durante a ditadura militar de 1964 – esteve presente ao protesto no centro do Recife juntamente com um grupo de militantes e ex-presos políticos da geração de 1968.
“Bolsonaro representa as forças que deram o golpe em 1964 para impedir exatamente reformas sociais no Brasil. São essas mesmas forças que agora querem retroceder o país, com o golpe parlamentar de Dilma [Rousseff], com a reforma trabalhista, a reforma do INSS e agora querem empurrar a reforma administrativa e a tributária, reduzindo os direitos da população – principalmente das pessoas das periferias. A gente precisa reagir contra isso porque chega de retrocessos nesse país”, ponderou.
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